TotalEnergies sai do campo de gás offshore na África do Sul

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Fontes próximas do assunto revelaram que a petrolífera francesa TotalEnergies notificou o regulador do sector de petróleo da África do Sul que pretende se retirar de seu campo de gás offshore 11B/12B, embora ainda não tenha apresentado uma solicitação formal de quando e como pretende fazê-lo.

A gigante petrolífera francesa, irá assim, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto, abandonar as suas descobertas de gás-condensado ao largo da ponta da África do Sul para dar prioridade à exploração noutras áreas mais próximas da Namíbia, depois de ter enfrentado uma das correntes oceânicas mais rápidas do mundo para perfurar ao largo da costa sul-africana, gastando pelo menos 400 milhões de dólares para encontrar uma estimativa de mil milhões de barris equivalentes de hidrocarbonetos líquidos leves no campo Brulpadda em 2019. No ano seguinte, teve mais um sucesso no poço Luiperd, mas nenhuma das descobertas avançou para o desenvolvimento.

A retirada da TotalEnergies constitui um revés para a África do Sul, que está a apostar no gás como potencial fornecedor para uma em Mossel Bay.

As negociações sobre o preço do gás estão paralisadas há anos e “o principal motivo (para a retirada) é a incapacidade de garantir um mercado para o gás”, disse uma fonte à Reuters na terça-feira, 02/06.

“Eles não retiraram seu pedido de direito de produção (para 11B/12B)”, acrescentou a fonte, que não estava autorizada a falar com a mídia.

A TotalEnergies fez uma parceria com a QatarEnergy em Março para comprar uma participação em uma licença de exploração de petróleo e gás na costa oeste da África do Sul, como parte dos planos para desenvolver a Bacia de Orange, na Namíbia.

A prolífica Bacia de Orange, onde a maioria das descobertas de petróleo da Namíbia foram feitas, se estende para o sul, em direção às águas sul-africanas.

O gigante francês enfrentou uma das correntes oceânicas mais rápidas do mundo para perfurar ao largo da costa sul-africana, gastando pelo menos 400 milhões de dólares para encontrar uma estimativa de mil milhões de barris equivalentes de hidrocarbonetos líquidos leves no campo Brulpadda em 2019. No ano seguinte, teve mais um sucesso no poço Luiperd, mas nenhuma das descobertas avançou para o desenvolvimento.

A TotalEnergies planeia renunciar à licença para o Bloco 11B/12B porque duvida que as complexas descobertas em águas profundas possam ser tornadas comercialmente viáveis, dado o pequeno mercado de gás da África do Sul, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada, uma vez que a informação não é pública.

A saída das descobertas seria um rude golpe para a África do Sul, que carece de fontes internas de petróleo e gás. De acordo com a agência Bloomberg, a produção potencial dos campos estava prevista nos planos para ajudar o País a abandonar a dependência do carvão e fornecer matéria-prima para a fábrica de gás para líquidos de 45.000 barris por dia da PetroSA (Petroleum Agency South Africa), que depende de outros campos esgotados nas proximidades.

A Africa Energy Corp, que detém uma participação de 20% nas descobertas, disse num comunicado na segunda-feira que vai retirar-se do acordo de exploração conjunta com os seus parceiros, tendo sido informada de que a unidade local da TotalEnergies “está actualmente a rever as suas opções”.

A empresa vai concentrar-se na exploração da bacia de Orange, situada mais a norte, na costa atlântica da África do Sul, perto de descobertas petrolíferas promissoras nas águas da Namíbia, disseram as pessoas.

 

A África do Sul tem-se debatido com dificuldades para colocar os projectos de petróleo e gás em funcionamento em tempo útil, num contexto de incerteza legislativa. A aprovação de uma nova lei dos hidrocarbonetos, aguardada pelos exploradores, arrasta-se há anos.

Ao mesmo tempo, os grupos ambientalistas intensificaram as campanhas para bloquear os levantamentos sísmicos e outras actividades planeadas pela Shell Plc e outras empresas.

 

 

Fonte: O Económico

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