TotalEnergies posiciona-se para garantir suprimento de gás à África do Sul a partir de Moçambique

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A gigante energética francesa TotalEnergies está próxima de aprovar, em 2024, um ambicioso projecto de gás natural liquefeito (GNL) a ser localizado na Matola, Moçambique, que poderá ser uma solução vital para a crise energética iminente na África do Sul. O terminal, com uma capacidade projectada para fornecer até 25 milhões de toneladas de GNL por ano, está a ser desenvolvido para suprir a crescente demanda de gás na Africa do Sul, especialmente num cenário em que os campos de gás actuais enfrentam esgotamento nos próximos anos.

A decisão final de investimento deverá ser anunciada no segundo trimestre de 2024, com previsão de que os primeiros carregamentos de GNL saiam do terminal de Matola até ao final de 2027, segundo a Bloomberg. O projecto, tem como objectivo aliviar a dependência da África do Sul do gás actualmente fornecido pela Sasol Ltd., cujos campos de gás em Moçambique estão prestes a atingir o seu limite de produção.

Uma solução para a crise energética

A África do Sul, o maior consumidor de energia do continente, está em busca de alternativas para sua matriz energética dominada pelo carvão, movendo-se em direcção ao gás natural como parte de sua estratégia de transição energética. No entanto, o país enfrenta um possível “penhasco de gás” em 2027, quando os contratos de fornecimento de gás da Sasol devem expirar. Empresas como Anheuser-Busch InBev e ArcelorMittal estão entre as que enfrentam o risco de escassez de gás, o que torna a busca por novas fontes uma prioridade.

A Associação de Utilizadores de Gás Industrial da África Austral (IGUA) estima que a demanda anual de gás na região poderá chegar a 1 milhão de toneladas, e diversos consumidores industriais já manifestaram interesse em assinar compromissos de compra até o final de 2024, caso o projecto avance.

Infraestrutura estratégica e investimento

O terminal de GNL em Matola está integrado a um gasoduto existente, que actualmente transporta gás da Sasol entre Moçambique e a África do Sul, facilitando a distribuição eficiente de GNL para as indústrias da África Austral. O custo total do projecto, incluindo uma central elétrica a gás, está estimado em US$ 3,2 mil milhões, de acordo com a parceira do projecto, a empresa Gigajoule, citada pela Bloomberg.

De acordo com a Bloomberg a TotalEnergies está a trabalhar em parceria com várias entidades, incluindo a estatal sul-africana Eskom Holdings e a Sasol, para garantir que o projecto possa avançar sem atrasos. Com a aprovação final de investimento esperada para meados de 2024, a TotalEnergies mostra-se comprometida em evitar um agravamento da crise energética que ameaça a economia sul-africana.

O Papel crucial do projecto

Com o risco de escassez de gás em 2027, a infraestrutura de GNL da Matola surge como uma peça fundamental para a segurança energética da África do Sul e da região. A dependência excessiva do carvão para geração de electricidade já trouxe sérios desafios ao País, incluindo apagões frequentes e uma crescente pressão por parte de investidores e organismos internacionais para a transição para fontes de energia mais limpas.

Além de mitigar a crise, o projecto da Matola também representa um passo importante para o futuro energético de Moçambique, que busca capitalizar suas vastas reservas de gás natural para estimular o crescimento económico e fortalecer sua posição como um fornecedor-chave de energia no continente.

Fonte: O Económico

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