Sobre telecomunicações: “solução é haver tarifas que não lesam as operadoras”

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O ministro dos Transportes e Comunicações diz que, antes de pensar em baixar os custos das telecomunicações, é preciso encontrar um mecanismo de o fazer sem lesar as operadoras. Mateus Magala garante que serão encontradas soluções que beneficiem todos.Vinte e quatro horas depois de a sociedade civil ter submetido mais uma petição à Autoridade Reguladora das Comunicações, para anular as novas tarifas, o ministro dos Transportes e Comunicações falou à imprensa e apelou ao diálogo como caminho para encontrar uma solução.“Este negócio tem de ser sustentável. Este negócio tem de ser inclusivo. Como é que nós casamos essas duas partes? Há um custo. Então, como é que minimizamos esse custo? Essa é a questão principal, para não promovermos uma dimensão contra outra dimensão”, reiterou o governante.Mateus Magala não apresenta nenhuma solução para se ultrapassar o problema, mas garante que reduzir os custos não é solução.“Então, também as telecomunicações que nós temos têm muitos equipamentos, muitos dos quais não são produzidos no país. E acarretam custos. Se nós produzíssemos alguns desses, certamente o custo poderia baixar.”Magala falava na manhã desta quinta-feira, em Maputo, à margem da abertura da primeira conferência nacional das comunicações, onde, durante a sua intervenção, instou o regulador a promover políticas transparentes e inclusivas, buscando equilíbrio na concorrência, mas sem ignorar os interesses dos consumidores.O evento, que termina na sexta-feira, tem programados dez painéis de debate em torno de temas como telecomunicações, revitalização do sector de postal e desafios da televisão na era digital.Nenhuma operadora no país está preparada para migrar para inteligência artificialUm dos painéis de debate tinha como tema “Ecossistema das redes avançadas de telecomunicações no contexto nacional: Banda larga, inteligência artificial e cidades inteligentes”.Foi durante a sua intervenção que a directora de Regulação e Relações Externas da Vodacom rematou que, no seu entender, nenhuma operadora no país está preparada para gerir a tecnologia de inteligência artificial, necessitando dessa forma, reformas profundas, mas que devem ser feitas paulatinamente.As operadoras reconhecem os desafios e apelam o regulador a envolver vários sectores nos debates sobre inteligência artificial e cidades inteligentes.Lara Narcy, da operadora Vodacom destacou a importância do acesso a tecnologias avançadas, mas apela à calma.“Parece-me que, neste momento, nenhuma das operadoras que estão em Moçambique está preparada para isto. Portanto, eu penso que as operadoras, por si só, não vão conseguir fazer isto. Penso que o Governo também não o fará de forma isolada. Portanto, nesta relação que eu dizia, complexa e dinâmica, a colaboração é essencial. Que todos nós trabalhemos juntos, o Governo e o sector privado colaborarem, porque isto aqui é um momento de inovação, em que se vai produzir inovação, mas que, obviamente, pede um padrão ético bastante importante.”Do lado da TmCel, acredita-se que a inteligência artificial é muito importante, porém a migração deve ser acompanhada de investimento técnico e humano.“Temos a inteligência artificial a contribuir hoje em dia em outras esferas para a gestão de recursos escassos como a água, como a energia, a contribuir, portanto, para a gestão da questão da mobilidade urbana”, afirmou Nordino Uanzu, representante da operadora.Mas precisamos de estar preparados para os desafios, acautelou Narcy.“As aldeias inteligentes trazem consigo uma série de áreas de risco, eu diria assim, ou potenciais áreas que têm que ter mais atenção, designadamente a proteção e a privacidade dos dados, a crítica dos cidadãos, neste caso, portanto dos habitantes, a protecção destas cidades de ataques cibernéticos. Portanto, o aspecto da cibersegurança que tem que ser levado em conta e há também aqui uma componente ambiental. Estudos de impacto ambiental que devem ser feitos antes destas implementações acontecerem”.As operadoras apelam ao regulador para tomar a dianteira do processo, mas sem descurar o envolvimento da sociedade civil no planeamento das cidades inteligentes.

Fonte:O País

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