Reuniões do FMI e Banco Mundial de 2024: Guerras, crescimento lento e incerteza eleitoral marcam o cenário

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As Reuniões Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial estão a decorrer esta semana em Washington, 21-26 de Outubro, num contexto de grande incerteza global. Temas como os conflitos no Médio Oriente e na Europa, o crescimento económico lento em várias regiões do mundo e as eleições presidenciais nos Estados Unidosdominam as discussões. Estes eventos reúnem mais de 10.000 líderes globais, representantes de governos, instituições financeiras e organizações da sociedade civil.

Escalada de conflitos e riscos geopolíticos

Um dos maiores focos de preocupação nas reuniões são as tensões crescentes no Médio Oriente, exacerbadas pelos ataques do grupo Hamas contra Israel no ano passado. Este conflito continua a ser um tema central, com impactos significativos para as economias da região e receios de uma escalada que possa afetar o fornecimento global de petróleo e gás. A Diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, advertiu que “um agravamento que envolva o setor energético poderá ter repercussões muito mais amplas para a economia global”.

O apoio à Ucrânia também estará no topo da agenda, com os países do G7 a tentarem finalizar um pacote de apoio financeiro de US$ 50 mil milhões de dólares, essencial para a continuidade dos esforços de recuperação do país e para mitigar os impactos de uma possível mudança política nos EUA, caso Donald Trump vença as eleições.

Eleições presidenciais dos EUA e Impacto Global

As eleições presidenciais de 5 de Novembro, embora não façam parte da agenda oficial das reuniões, são um tema constante nas conversas. A possibilidade de uma vitória de Donald Trump levanta preocupações entre os líderes internacionais, dada a sua postura proteccionista e a ameaça de reintroduzir tarifas comerciais. Kamala Harris, candidata democrata, representa a continuidade da administração Biden, com foco em cooperação multilateral, financiamento climático e alívio da dívida.

Josh Lipsky, ex-funcionário do FMI, declarou que “a questão mais importante para a economia global — o resultado das eleições nos EUA — não está na agenda oficial, mas está na mente de todos”.

Crescimento económico Global em Risco

O FMI deverá actualizar as suas previsões de crescimento global esta semana, com expectativas de que o crescimento continue fraco, especialmente devido à fraqueza económica na China e na Europa. A Diretora-Geral do FMI, Kristalina Georgieva, destacou a elevada dívida global como um dos principais desafios, e sublinhou que, embora as economias dos Estados Unidos e da Índia estejam a demonstrar alguma resiliência, o panorama global continua incerto.

A crise da dívida em muitos países em desenvolvimento será também um tema crucial, com diversos mercados emergentes a enfrentarem dificuldades para equilibrar os seus compromissos de dívida com as necessidades de investimento em infraestruturas e desenvolvimento.

Banco Mundial Focado em Reformas

O Banco Mundial, sob a liderança de Ajay Banga, está focado em acelerar a implementação de projectos de desenvolvimento e utilizar a capacidade de empréstimo alargada da instituição para promover o crescimento sustentável. Banga sublinhou que as reuniões devem concentrar-se em acções concretas para resolver os problemas que o mundo enfrenta, afirmando que “devemos usar estas reuniões para fazer algo sobre o que podemos mudar”.

Impacto das decisões globais

Estas Reuniões Anuais de 2024, que marcam o 80º aniversário da criação do FMI e do Banco Mundial, terão um impacto significativo nas políticas económicas globais. Espera-se que as discussões resultem em medidas concretas para enfrentar os desafios crescentes, desde a gestão da dívida até ao financiamento climático, e para garantir uma recuperação económica mais inclusiva e sustentável.

Com os conflitos regionais a agravar as incertezas económicas e políticas, as decisões tomadas durante esta semana serão monitorizadas de perto pelos governos e pelo setor privado, à medida que o mundo lida com uma combinação de crises simultâneas.

Fonte: O Económico

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