Reino Unido sob pressão para reconsiderar apoio financeiro ao Projecto Mozambique LNG

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O Governo britânico está sob crescente pressão após receber uma carta da organização ambiental “Friends of the Earth”, que questiona a possível renovação de um apoio financeiro significativo ao projecto de GNL em Moçambique, liderado pela TotalEnergies. A ONG alega que a concessão de até US$1,15 mil milhões em empréstimos e garantias apoiadas por fundos públicos seria “ilegal” à luz de novos desenvolvimentos na legislação britânica relacionada com as alterações climáticas.

Segundo o grupo ambientalista, julgamentos anteriores que validaram a decisão do Governo em apoiar o projecto foram “desacreditados” com base em recentes avanços jurídicos. As mudanças nas obrigações climáticas do Reino Unido, estabelecidas por julgamentos recentes, apontam para a necessidade de uma abordagem mais restritiva no financiamento de projectos que contribuam para a crise climática. 

A carta enviada pela Friends of the Earth sublinha que o apoio governamental ao projecto contraria os compromissos climáticos do Reino Unido, num momento em que o país está sob pressão para limitar o financiamento a combustíveis fósseis. Segundo um relatório da “Politico”, o governo britânico venceu uma acção judicial relacionada com este apoio, mas novos desenvolvimentos legais em matéria climática podem mudar a interpretação desta decisão. 

Assim, o Governo do Reino Unido está a ser instado a reconsiderar a renovação do apoio financeiro ao projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies. A organização Friends of the Earth apelou ao governo para rever a possível concessão de até 1,15 mil milhões de dólares em empréstimos e garantias financiadas pelos contribuintes, argumentando que este apoio contraria os compromissos do País no combate às alterações climáticas.

A questão económica é central neste debate, uma vez que o projecto de GNL é considerado um dos maiores investimentos em Moçambique, avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares. Este projecto pode impulsionar significativamente o crescimento económico moçambicano, especialmente através da exportação de gás natural, um recurso vital para o desenvolvimento do país e para a diversificação das suas receitas externas.

O Governo britânico, anteriormente envolvido no apoio a este projecto, vê-se agora perante a tarefa de equilibrar as pressões internas sobre os seus compromissos ambientais e os benefícios económicos de investir num projecto que promete grandes retornos. A possível renovação do apoio pode ajudar a consolidar as relações comerciais entre o Reino Unido e Moçambique, além de fortalecer a posição britânica no cenário energético global.

Além disso, o gás natural tem sido visto como uma energia de transição na passagem para fontes mais limpas, um argumento utilizado por defensores do projecto para justificar o seu valor económico. A TotalEnergies e os seus parceiros esperam que o gás moçambicano desempenhe um papel crucial no abastecimento de mercados internacionais, particularmente na Ásia, onde a procura por fontes energéticas relativamente limpas continua a crescer.

Neste contexto, a decisão do governo britânico será crucial, pois envolve a avaliação de compromissos económicos e energéticos de longo prazo, enquanto navega pela complexidade das suas metas de sustentabilidade e políticas climáticas.

Fonte: O Económico

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