Queda e Recuperação Rápida do Petróleo: Impactos para a Economia Global e Políticas Monetárias

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Na terça-feira, 10 de Setembro de 2024, o preço do petróleo Brent caiu para o seu nível mais baixo desde Dezembro de 2021, atingindo menos de 70 dólares por barril. A descida foi impulsionada por uma combinação de fraca procura global e oferta abundante, cenário que amplia as expectativas de uma “aterragem suave” para as principais economias do mundo, como os EUA e a União Europeia. A queda acentuada no preço do petróleo veio em um momento em que os bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE) e a Reserva Federal dos EUA (Fed), estão a considerar cortes nas taxas de juro, aliviando as pressões inflacionárias e criando um ambiente económico mais favorável.

No entanto, o mercado do petróleo mostrou-se volátil. No dia seguinte, 11 de Setembro de 2024, os preços voltaram a subir, com o Brent a aumentar 2%, recuperando parte das perdas do dia anterior. Este aumento deveu-se, em grande parte, à queda nas existências de petróleo bruto nos Estados Unidos e às preocupações com a interrupção da produção causada pelo furacão Francine. Estima-se que cerca de 24% da produção de petróleo e 26% da produção de gás natural no Golfo do México foram afetadas pela tempestade, levando à subida temporária dos preços.

Implicações para a Política Monetária Global

Com a queda do petróleo na terça-feira, analistas de instituições como o **Citigroup Inc. e o JPMorgan Chase & Co. preveem que o preço poderá continuar a descer, potencialmente chegando a 60 dólares por barril até 2025. Se esse cenário se confirmar, as pressões inflacionárias deverão diminuir, o que dará aos bancos centrais mais margem para flexibilizar as suas políticas monetárias. No curto prazo, a queda nos preços do petróleo está a dar aos decisores políticos a confiança necessária para reduzir as taxas de juro sem o risco de uma recessão severa.

Nos Estados Unidos, a Secretária do Tesouro, Janet Yellen, já declarou que a economia do país está a caminhar para uma “aterragem suave”, o que significa uma desaceleração económica sem uma recessão profunda. A queda no preço do petróleo contribui para esse cenário, ao proporcionar um aumento no rendimento disponível dos consumidores, uma vez que os custos com energia e combustível diminuem.

A recuperação rápida do petróleo após a sua queda sugere que o mercado permanece sensível a choques externos, como interrupções na produção ou revisões nas previsões de procura global. Embora o preço tenha subido **2%** após as preocupações com o furacão Francine, o cenário de longo prazo ainda aponta para uma possível queda contínua, dependendo da recuperação global e da estabilidade nas cadeias de abastecimento de energia.

Assim, a descida acentuada do petróleo cria um ambiente económico favorável para as economias avançadas, oferecendo uma oportunidade para que os bancos centrais implementem cortes nas taxas de juro. Contudo, os riscos de volatilidade nos preços continuam a exigir uma monitorização cuidadosa, especialmente com os eventos climáticos e a oferta energética global em jogo.

Fonte: O Económico

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