Os preços do petróleo subiram nesta quinta-feira, 17/10, a partir de mínimos de duas semanas, com os investidores atentos aos desenvolvimentos no Médio Oriente e a mais detalhes sobre os planos de estímulo da China, bem como à espera da divulgação dos dados oficiais dos inventários de petróleo dos EUA.
Os futuros do petróleo bruto Brent subiram 17 cêntimos, ou 0,2%, para US$ 74,39 por barril, às 04:08 GMT, enquanto os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA estavam em US$ 70,58 por barril, mais 19 cêntimos, ou 0,3%.
Ambas as referências se estabeleceram na quarta-feira, 17/ 10, fechando em seus níveis mais baixos desde 2 de Outubro, pelo segundo dia consecutivo.
Os valores de referência caíram 6-7% até agora nesta semana, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Agência Internacional de Energia cortaram as previsões de demanda para 2024 e 2025.
De acordo com a agencia Reuters, os preços também caíram à medida que os prémios de risco arrefeceram, tendo diminuído o receio de que um ataque de retaliação de Israel contra o Irão possa perturbar o fornecimento de petróleo, embora se mantenha a incerteza quanto ao conflito no Médio Oriente.
“Estamos agora à espera de duas coisas. Em primeiro lugar, o comité permanente do NPC (Congresso Nacional do Povo) da China, para dar corpo aos pormenores e à dimensão do pacote de estímulo fiscal, que acredito que está a chegar”, disse à Reuers, Tony Sycamore, analista de mercado do IG em Sydney.
Os investidores estão à espera de mais detalhes de Pequim sobre os seus planos gerais anunciados a 12 de Outubro para reanimar a sua economia em dificuldades.
A China disse nesta quinta-feira, 17/10, que iria expandir uma “lista branca” de projectos habitacionais elegíveis para financiamento e aumentar os empréstimos bancários para tais empreendimentos para 4 biliões de yuans (US$ 562 mil milhões), com o objectivo de apoiar seu mercado imobiliário em dificuldades.
Sycamore disse que a resposta de Israel ao recente ataque do Irão é o segundo grande foco do mercado.
“Sabemos que vai acontecer, mas não sabemos quando”, disse ele, acrescentando que ambos os factores criam riscos de alta para os preços do petróleo bruto.
No Irão, as autoridades estão a trabalhar para controlar um derrame de petróleo ao largo da ilha de Kharg, informou a agência noticiosa IRNA na quarta-feira, 16/10.
“Parece não estar relacionado com a guerra entre Israel e o Hamas, mas chamou a atenção para as instalações de exportação de petróleo do Irão”, afirmaram os analistas do ANZ numa nota a que a Reuters teve acesso.
Nos Estados Unidos, as existências de petróleo bruto e de combustível caíram na semana passada, disseram fontes do mercado, citando dados do American Petroleum Institute na quarta-feira, 16/10, contra as expectativas de um aumento das existências de petróleo bruto.
As reservas de petróleo bruto caíram 1,58 milhões de barris na semana terminada a 11 de Outubro, disseram as fontes sob condição de anonimato. Os stocks de gasolina caíram 5,93 milhões de barris, e os stocks de destilados caíram 2,67 milhões de barris, disseram.
Dez analistas consultados pela Reuters estimaram, em média, que os inventários de petróleo bruto aumentaram cerca de 1,8 milhões de barris na semana até 11 de Outubro.
“Qualquer sinal de fraca procura no relatório semanal de inventários da EIA poderá colocar mais pressão sobre os preços do petróleo”, disseram os analistas do ANZ.
A Administração de Informação de Energia, o braço estatístico do Departamento de Energia dos EUA, irá divulgar os seus dados às 11:00 EDT (15:00 GMT) desta quinta-feira, 17/10.
Também apoiando os preços do petróleo, o Banco Central Europeu deverá baixar as taxas de juro novamente nesta quinta-feira, 17/10, o primeiro corte consecutivo das taxas em 13 anos, uma vez que muda o foco do arrefecimento da inflação na zona euro para a protecção do crescimento económico.
Fonte: O Económico
