Ouro aproxima-se de máximos históricos antes da divulgação de dados dos EUA

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O ouro está muito próximo de atingir novos níveis recordes, sustentado pela incerteza em torno do cenário económico global e pelas expectativas de novos cortes nas taxas de juro dos principais bancos centrais. Os investidores aguardavam com atenção uma série de dados económicos dos EUA, como as vendas a retalho e a produção industrial de setembro, além dos pedidos semanais de subsídio de desemprego, que poderiam influenciar ainda mais o preço do metal precioso

Em 17/10, o ouro à vista subiu 0,2%, alcançando US$ 2.679,12 dólares por onça, muito próximo do máximo de US$ 2.685,42 registrado em Setembro. Os futuros do ouro também subiram 0,1%, fixando-se em 2.694,70 dólares. Analistas destacam que o metal continua a ser visto como um refúgio seguro, devido às incertezas em torno da política monetária global e das próximas eleições nos EUA.

A recente valorização do ouro tem sido impulsionada pela procura de activos considerados seguros, como o ouro, em resposta à incerteza sobre o desempenho da economia global e às expectativas de cortes nas taxas de juro por parte dos principais bancos centrais. De acordo com o analista Kelvin Wong, da OANDA, “os investidores estão a recorrer ao ouro como uma forma de cobertura face à instabilidade, especialmente no contexto das eleições presidenciais dos EUA”. Wong destaca ainda que uma vitória de **Donald Trump** nas eleições poderia aumentar as tensões comerciais e expandir o défice orçamental dos EUA, factores que tendem a sustentar o preço do ouro.

Perspectivas económicas e a influência das taxas de juro

A expectativa de cortes nas taxas de juro é um dos principais factores que tem impulsionado o ouro. O mercado antecipa uma probabilidade de 92% de que o Federal Reserve (Fed) dos EUA proceda a um corte de 25 pontos base nas suas taxas de juro no próximo mês. As taxas mais baixas tornam o custo de oportunidade de manter ouro menos elevado, o que encoraja os investidores a aumentarem as suas reservas do metal precioso.

Este movimento não está limitado aos EUA. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) também deve continuar com uma política monetária expansionista, uma vez que a inflação na zona euro tem mostrado sinais de abrandamento. De igual modo, o Banco de Inglaterra pode proceder a cortes nas taxas de juro, reforçando as apostas no ouro como ativo de refúgio em tempos de incerteza económica.

Impacto das tensões geopolíticas

O cenário geopolítico, particularmente as tensões no Oriente Médio, também tem desempenhado um papel significativo na recente procura por ouro. Conflitos regionais e o aumento dos riscos geopolíticos globais fazem com que os investidores procurem activos que possam oferecer proteção contra a volatilidade dos mercados financeiros. De acordo com Daniel Hynes, estrategista sénior de commodities da ANZ, “as tensões no Oriente Médio estão a aumentar a procura por ouro, considerado um ativo seguro em tempos de crise”.

Além do ouro, outros metais preciosos também estão a beneficiar desta dinâmica. A prata subiu 0,3%, para 31,57 dólares por onça, enquanto a platina registou um aumento de 1,1%, para 1.004,10 dólares. Já o paládio, outro metal precioso, caiu ligeiramente 0,1%, situando-se em 1.022,14 dólares.

O que esperar dos dados dos EUA?

Os investidores estão agora à espera de uma série de dados económicos dos EUA, que incluem as vendas a retalho e a produção industrial de setembro, além dos pedidos semanais de subsídio de desemprego. Estes indicadores serão cruciais para definir o rumo do mercado do ouro nas próximas semanas. Se os dados revelarem um abrandamento económico mais acentuado do que o esperado, isso poderá desencadear uma nova valorização do ouro, uma vez que os investidores aumentariam as suas apostas em cortes adicionais nas taxas de juro.

O mercado de ouro está, assim, num momento de forte expectativa, impulsionado pelas condições macroeconómicas e políticas globais, com os analistas a projetarem uma volatilidade continuada à medida que novos dados são divulgados e as tensões geopolíticas evoluem.

Fonte: O Económico

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