Moçambique e Malawi fortalecem cooperação no sector de energia com importantes

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No que pode ser considerado um passo significativo para a integração energética na região, Moçambique e Malawi assinaram, quarta-feira, 14/08, dois acordos importantes que reforçam a cooperação entre os países no setor de energia. Os documentos incluem um acordo específico sobre petróleos e produtos relacionados e um memorando de entendimento (MoU) voltado para a ampliação da colaboração na área energética. Esses acordos marcam um avanço crucial no projecto de Interligação Regional Moçambique-Malawi (MOMA), um empreendimento que promete transformar a infraestrutura energética e o comércio de eletricidade na África Austral.

O memorando de entendimento visa solidificar o Acordo Intergovernamental assinado em 2013 entre os dois países, cujo objetivo principal é a construção de uma linha de transmissão de energia para suprir a crescente demanda por electricidade no Malawi. Esse projecto também tem o potencial de criar novas oportunidades de negócios no mercado energético da África Austral, promovendo uma maior integração e segurança energética na região.

Durante o anúncio dos acordos, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, destacou os avanços significativos do projeto MOMA, que já alcançou 72% de execução. “Estamos comprometidos com a conclusão deste projecto, que não só atenderá à demanda energética de nossos vizinhos, mas também fortalecerá nossa posição como um hub energético na região,” afirmou Nyusi em entrevista ao *Diário Notícias*.

O Presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, expressou grande entusiasmo com os acordos, enfatizando que a melhoria no acesso à energia será um fator-chave para o desenvolvimento económico de seu País. “Esses acordos vão nos permitir melhorar substancialmente a infraestrutura energética do Malawi, o que é crucial para o crescimento sustentável e para a melhoria da qualidade de vida de nossa população,” declarou Chakwera. Ele também manifestou interesse em expandir a cooperação com Moçambique para outras áreas, como o transporte aéreo, que facilitará a mobilidade e fortalecerá ainda mais os laços entre as duas nações.

 

Detalhes técnicos e impacto regional

O projecto MOMA é um empreendimento de grande escala, financiado por uma coligação  de parceiros internacionais, incluindo o Banco Mundial, o Fundo Fiduciário Norueguês, a União Europeia e a Cooperação Financeira Alemã por meio do KfW. Esse apoio financeiro reflecte a importância estratégica do projecto não apenas para Moçambique e Malawi, mas para toda a África Austral.

A linha de transmissão de 400 kV, que é o coração do projeto, conectará a subestação de Matambo, em Tete, Moçambique, à subestação de Phombeya, em Balaka, Malawi. No lado moçambicano, o projecto envolve a construção de uma linha de transmissão de 142 km que atravessa os distritos de Changara, Moatize e a cidade de Tete. Além disso, serão construídas estradas de acesso e manutenção ao longo da linha, e a subestação de Matambo será expandida de 220 kV para 400 kV para acomodar a nova infraestrutura.

O projecto é parte de um processo mais amplo de integração energética regional, que visa promover o comércio de electricidade entre os países vizinhos e melhorar a segurança energética em toda a região. Com a conclusão do MOMA, Moçambique e Malawi estarão não apenas fortalecendo suas economias internas, mas também contribuindo para a estabilidade e o desenvolvimento econômico de toda a África Austral.

 

Perspectivas 

Os acordos assinados são apenas o começo de uma parceria mais ampla e duradoura entre Moçambique e Malawi. À medida que o projeto MOMA avança para sua fase final, espera-se que ambos os países explorem novas áreas de cooperação, como o desenvolvimento de energias renováveis e a melhoria da conectividade regional em outros setores.

O sucesso do MOMA poderá servir de modelo para outras iniciativas de integração energética na África, destacando a importância da colaboração entre nações vizinhas para enfrentar desafios comuns e promover o crescimento sustentável. Com o apoio contínuo da comunidade internacional e o compromisso dos governos de Moçambique e Malawi, a região pode estar prestes a se tornar um dos principais polos de energia do continente.

Fonte: O Económico

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