Mesa Redonda em Inhambane: Propõe Implantação de Incubadora de Turismo

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Inhambane, 29 de Agosto de 2024

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane (ESHTI) foi o epicentro de uma revolução no sector turístico moçambicano. O evento, que teve como lema “Desenvolvimento do Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo de Turismo em Inhambane”, trouxe à tona a urgência e as oportunidades para transformar o turismo em um pilar robusto da economia nacional.

O Desafio do Turismo em Moçambique

Com a participação de destacados actores do sector, incluindo a Direcção Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane, a Delegação da Câmara de Comércio de Moçambique e a CTA, a mesa-redonda se destacou por seu foco na identificação e superação dos desafios enfrentados pelo sector. O objectivo central era não apenas diagnosticar os problemas, mas também delinear um plano estratégico para transformar o turismo em um motor de desenvolvimento económico e criação de empregos.

A Incubadora TourismTech: O Novo Polo de Inovação

Um dos principais destaques do evento foi a proposta de criação de uma incubadora de negócios voltada para o turismo, conhecida como TourismTech. Essa incubadora, localizada na ESHTI, é vista como uma resposta crucial para potencializar ideias inovadoras e transformar jovens empreendedores em líderes do sector. A iniciativa visa oferecer suporte integral, desde a idealização até a materialização de negócios, fomentando um ambiente propício para a inovação.

Perspectivas e Reacções

Bruno Comini, Delegado da Câmara de Comércio de Moçambique em Inhambane, sublinhou a importância de políticas que não só protejam, mas também incentivem o turismo, destacando as barreiras enfrentadas por investidores estrangeiros, como dificuldades na obtenção de vistos e altos custos de passagens aéreas. Ele defendeu que, apesar dessas barreiras, o turismo tem o potencial de ser um “boom” para o país, comparável, se não superior, aos recursos de petróleo e gás.

Por outro lado, Ibraimo Braimo, Presidente da ASSOJ, expressou entusiasmo com a iniciativa da incubadora, ressaltando a importância de conectar jovens empreendedores com mentores e recursos necessários para transformar startups promissoras em negócios viáveis. Braimo também apontou que a falta de financiamento está frequentemente ligada à maturidade e qualidade das propostas, sugerindo um maior foco na capacitação e incubação das ideias.

Momade Zainadin, Director Executivo da CA-Inovação, um dos especialistas Ecossistema e Incubadora, trouxe uma visão optimista sobre o potencial disruptivo do turismo, comparando-o ao “petróleo” de Moçambique. Ele destacou a importância de integrar novas start-ups com negócios estabelecidos para criar sinergias e fomentar uma economia turística vibrante. Falando que deve se pensar muito alem de Cadeia de valor e Doing Business, o foco deverá ser no ecossistema que vai permitir o surgimento de mercado e empresários organicamente.

Mestre Jamo Macanze, Director Adjunto do Centro de Informática da UEM, também com vasta experiência em Incubadora em ambiente de academias, trazendo a experiencia de Incubadora de negócios da UEM que acabou de graduar 17 Start-ups, abordou a necessidade de construir capacidades tanto dentro da ESHTI quanto na comunidade empreendedora. Ele enfatizou que a colaboração entre sector privado, academia e governo será essencial para o sucesso da incubadora.

Aspectos Legais e Regulamentares

O Mestre Emidio Samuel, Director Provincial da Cultura e Turismo de Inhambane, partilhou várias oportunidades de negócios na cultura e turismo ainda não explorado e garantiu que o quadro legal existente está actualizado e responde as necessidades, afirmando que há abertura para melhorias e adaptações para os decretos e regulamentos específicas para o turismo. Ele ressaltou a importância de uma abordagem colaborativa para superar as barreiras intersectoriais que podem estar a impactar o sector.

Conclusão e Próximos Passos

O evento foi um marco para o turismo em Moçambique, revelando um consenso sobre a necessidade urgente de um ecossistema de inovação robusto. A recomendação final foi a implementação imediata da incubadora TourismTech na ESHTI, visando potencializar oportunidades e criar um ambiente fértil para o crescimento económico e a geração de empregos.

O Professor Doutor Ernesto Macaringue, Director da ESHTI, assumiu o desafio com determinação, destacando que a mesa-redonda foi um passo significativo para identificar e resolver os estrangulamentos existentes. Ele e os demais oradores demonstraram um compromisso inabalável em transformar o sector turístico e impulsionar Moçambique para um futuro próspero e inovador.

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