Membros da OPEP+ adiam aumento da produção de petróleo após queda de preços

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Os países membros da aliança petrolífera OPEP+ decidiram adiar por dois meses o plano de aumentar a produção em 180.000 barris por dia, que inicialmente estava previsto para Outubro. Esta decisão surge no contexto de uma estratégia mais ampla para reintroduzir gradualmente no mercado uma produção total de 2,2 milhões de barris por dia nos meses subsequentes, de acordo com informações fornecidas por duas fontes da OPEP+, que preferiram manter o anonimato devido à sensibilidade das negociações, de acordo com a cadeia CNBC que avançou com a informação esta sexta-feira, 06/07.

O corte de 2,2 milhões de barris por dia, que foi implementado ao longo do segundo e terceiro trimestres de 2024, deveria expirar no final de Setembro. Este corte voluntário foi conduzido por oito países da aliança, nomeadamente Argélia, Iraque, Cazaquistão, Kuwait, Omã, Rússia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Ao contrário das decisões que afectam todos os membros da OPEP+, estas reduções foram voluntárias e situam-se fora da política oficial da organização, que abrange tanto os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) como os seus aliados.

Segundo o Secretariado da OPEP, foi confirmada a extensão das restrições de produção até Dezembro de 2024. A redução gradual destas limitações deverá ocorrer até Novembro de 2025, o que poderá estabilizar o mercado a longo prazo.

 

Reacção do mercado e previsões

Após o anúncio do adiamento do aumento da produção, o mercado reagiu com uma subida dos preços do petróleo. O contrato de futuros do Brent, com vencimento em Novembro, foi negociado a 73,63 dólares por barril às 15h29 (hora de Londres), o que representou um aumento de 1% face ao fecho anterior. Por outro lado, o contrato de Outubro do Nymex registou uma subida para 70,17 dólares por barril, igualmente um aumento de 1%.

De acordo com a política oficial da OPEP+, espera-se que a aliança produza, em 2025, um total combinado de 39,725 milhões de barris por dia. No entanto, um subconjunto de países membros, como Arábia Saudita e Rússia, comprometeu-se voluntariamente a restringir a sua produção em mais 1,7 milhões de barris por dia ao longo de 2025. Estes acordos adicionais, no entanto, não foram alterados durante as mais recentes negociações, conforme uma das fontes da OPEP+ afirmou.

O mercado tem respondido positivamente a esta abordagem prudente. Analistas do UBS preveem que o preço do Brent possa atingir 80 dólares por barril nos próximos meses, à medida que os cortes de produção e a recuperação gradual da procura global estabilizem o equilíbrio entre oferta e procura.

 

Factores que influenciam a oferta e a procura

A recuperação económica da China, a segunda maior economia do mundo e o principal importador de petróleo bruto, tem sido mais lenta do que se esperava, o que contribuiu para a pressão sobre os preços do petróleo nos mercados internacionais. Do lado da oferta, membros-chave da OPEP+, como o Iraque e o Cazaquistão, têm produzido consistentemente acima das suas quotas mensais, estabelecidas no acordo da aliança. Ambos os países apresentaram planos para implementar cortes adicionais de produção até Setembro de 2025, de forma a compensar esses excessos e reequilibrar o mercado.

Outro factor que tem vindo a criar incerteza no mercado petrolífero é a situação política instável na Líbia, país membro da OPEP no norte de África. O impasse político no país comprometeu a produção de aproximadamente 1,2 milhões de barris por dia, o que causou ainda mais dificuldades no fornecimento global. A resolução desta crise interna, ou a sua continuação, poderá afectar significativamente a oferta mundial de petróleo no futuro próximo.

O cenário actual é complexo, com diversos factores globais a influenciar tanto a oferta como a procura de petróleo. As decisões da OPEP+ nas próximas semanas e meses serão cruciais para definir o rumo do mercado energético, à medida que os seus membros ajustam as suas políticas de produção para responder às flutuações de preço e assegurar uma recuperação sustentável.

Fonte: O Económico

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