Investidores olham país como mercado apetecível

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O ECONOMISTA chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, considera que os investidores continuam a olhar para Moçambique como um mercado no qual vale a pena investir.

Falando ontem, em Maputo, durante um ‘EconomicBriefing’ que decorreu sob o lema “Moçambique – restaurando a estabilidade macroeconómica”, Mussá justificou a sua posição com o recente anúncio da decisão final de investimento para a plataforma flutuante de gás natural pela petrolíferaitaliana ENI.

“Também, há cerca de duas semanas, o Conselho de Ministros aprovou as concessões marítimas para permitir os avanços da Área 1 e da Área 4, e olhando para as condições da economia mundial, onde apesar do preço de petróleo continuar relativamente baixo, tudo indica que Moçambique continua um mercado apetecível para os investidores”, disse.

Num evento bastante concorrido, o economista fez uma análise da economia moçambicana, lembrando que “muitas empresas fecharam e provavelmente não voltarão a abrir”.

“Isso nos faz questionar sobre toda esta discussão em torno do Produto Interno Bruto (PIB). É verdade que o PIB está a recuperar, mas é preciso compreender que grande parte desta aceleração vem do sector exportador, basicamente do sector mineiro, principalmente do carvão”, disse.

Segundo Fáusio Mussá, algumas empresas têm conseguido manter o nível de negócios associados à sua capacidade de investir no país.

“Durante o período de crise vimos várias empresas a investirem, porque provavelmente não haveria outra forma de passar por este período sem trazer capitais próprios, uma vez que a banca está a cobrar taxas de juro em torno dos 30 por cento. Estas decisões de investimento reflectem uma confiança de que a crise é algo passageiro e de que o país vai ultrapassar este momento”, frisou

Sobre os riscos para a economia, Fáusio Mussá disse que o maior está relacionado com o facto de grande parte da expectativa de aceleração do crescimento da economia estar focada nos projectos do gás natural.

“Se houver um atraso no arranque desses projectos, significa que provavelmente vamos viver períodos difíceis por mais tempo”, disse.

Questionado sobre se o país teria ultrapassado a crise económica, Fáusio Mussá afirmou ser necessário compreender que Moçambique vive múltiplas crises.

“Podemos falar da tensão militar. É por si uma crise que felizmente parece ter passado pelo discurso de ambas as partes (Governo e Renamo). Do ponto de vista do sistema bancário, olhando para a evolução recente com a situação do Moza Banco parece que a crise também passou”, realçou.

Do ponto de vista fiscal, Fáusio Mussá disse que ainda subsistem riscos, frisando, contudo, que “penso que o país já passou por cenário pior”.

O evento de ontem tinha como objectivoapresentar as perspectivas económicas para 2017 e ainda debater as diversas potencialidades de investimento no país.

Um outro interveniente, Osório Lucas, director Executivo da MPDC – Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo, dissertou sobre o “Investimento em infra-estruturas”.

O “Desenvolvimento económico e o papel do sector privado na transformação do crescimento económico em desenvolvimento económico” foi outro tema abordado no evento.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/69159-investidores-olham-pais-como-mercado-apetecivel.html

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