IFC financia projectos em 43 Países africanos

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O Vice-Presidente da Corporação Financeira Internacional (IFC) para a África, Sérgio Pimenta, anunciou que, no ano passado, a instituição financiou projetos em 43 dos 54 países africanos. Em entrevista à Lusa em Lisboa, Pimenta destacou o crescimento das operações, afirmando: “Aumentamos as operações de maneira muito forte com resultados muito bons em termos de impacto e número de operações”.

Pimenta enfatizou a ampla cobertura geográfica da IFC no continente africano: “Há dez anos, estávamos em cinco mercados. Hoje, estamos em 43 países, incluindo Sudão do Sul, Somália e Burkina Faso, países onde o setor privado precisa de apoio”. Ele acredita que a África é um continente com grandes oportunidades, mencionando uma mudança de mentalidade entre investidores internacionais e líderes políticos e empresariais africanos.

Segundo Pimenta, há uma percepção crescente de que o desenvolvimento da África ocorrerá por meio do seu próprio setor privado e parcerias colaborativas: “Há a realização de que África vai se desenvolver através de África, do seu próprio setor privado e parcerias num trabalho em conjunto para o benefício de todos”. Ele concluiu afirmando que o continente é “o futuro da Humanidade”, destacando a influência positiva da nova geração de líderes que chegaram ao poder após a era colonial.

No exercício financeiro de 2023, a IFC comprometeu um valor recorde de US$ 437 mil milhões para apoiar empresas privadas e instituições financeiras em países em desenvolvimento. Este financiamento visa melhorar a vida das pessoas enquanto as economias enfrentam crises globais.

Pimenta também destacou a importância de colocar as alterações climáticas no centro da discussão sobre desenvolvimento. “Os chefes de Estado africanos perceberam que a questão climática tem de estar no centro da discussão”, disse, lembrando declarações feitas por vários presidentes na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP) no Dubai.

A IFC está diz que está a colaborar  com governos e o sector privado para desenvolver cadeias de valor que permitam aos países africanos agregar valor aos seus produtos localmente. Pimenta admitiu que, embora esse processo leve tempo, ele será mais rápido do que muitos esperam devido ao desejo de desenvolver soluções africanas com recursos, população e tecnologias locais.

Pimenta observou que a parcela do investimento global destinada à África é sempre a mais fraca, com investimentos de fundos de capital de risco no continente representando menos de 5% do total global. Ele argumentou que “todos os instrumentos financeiros têm a tendência de serem aplicados nos mercados mais desenvolvidos”.

Em 2023, a IFC investiu em financiamento climático na África para enfrentar as alterações climáticas. A previsão é que o financiamento climático na África atinja US$ 11 biliões até 2030, representando 51% da demanda mundial por financiamento inteligente relacionado ao clima.

A IFC, membro do Grupo Banco Mundial, é a maior instituição de desenvolvimento global centrada no sector privado em mercados emergentes. Com actividades em mais de 100 países, a IFC utiliza capital próprio, conhecimentos especializados e influência para criar mercados e oportunidades em países em desenvolvimento.

Fonte: O Económico

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