A Província de Inhambane acolhe esta semana, 24 e 25 de Julho, o primeiro Fórum de Geociências e Feira de Negócios, um evento inédito promovido pela Associação Geológica Mineira de Moçambique (AGMM). Sob o lema “Recursos Energéticos e Mudanças Climáticas”, num primeiro momento a conferência visa destacar a importância das geociências na exploração e aproveitamento dos recursos minerais do País. Mas, vai muito além disso
Em entrevista ao ‘Semanário Económico’, José Mendes, Presidente da AGMM, explicou que o objetivo principal do evento é sensibilizar a comunidade empresarial e a sociedade moçambicana sobre o papel crucial das geociências no desenvolvimento socioeconômico. “O nosso País é rico em recursos, como gás, lítio, grafite, terras raras e manganês. Precisamos de uma política de proteção e aproveitamento desses recursos”, afirmou Mendes.
Mendes destacou a importância de Moçambique embarcar na janela de oportunidade proporcionada pela revolução energética global. “Os Estados Unidos estão a produzir baterias para carros elétricos, mas dependem de lítio e grafite, recursos que temos em abundância. Precisamos transformar e industrializar o país para aproveitar essas oportunidades”, enfatizou.
O Presidente da AGMM também salientou a necessidade de valorizar o conhecimento técnico local. “Existe um déficit de aproveitamento do conhecimento endógeno em Moçambique. Precisamos de técnicos qualificados para promover práticas de mineração mais sustentáveis e amigas do ambiente”, disse Mendes, ressaltando a importância de integrar a comunidade empresarial local nesse processo.
Transformação Local dos Recursos
Um dos painéis da conferência irá discutir a industrialização a partir dos recursos minerais e do gás natural. Mendes acredita que a transformação local dos recursos é vital para aumentar a arrecadação de receitas, melhorar a balança de pagamentos e criar mais oportunidades de emprego.
Inhambane: Um Local Estratégico
A escolha de Inhambane para sediar o fórum não foi por acaso. A província foi a primeira a explorar o gás natural em Moçambique e já apresenta sinais de industrialização. “Moçambique vai produzir 30 mil toneladas de GPL, gás de cozinha, e 450 MW de energia a partir do gás natural de Inhambane. Este é um exemplo claro do potencial de industrialização dos nossos recursos”, explicou Mendes.
O Fórum de Geociências e Feira de Negócios promete ser um marco importante para a indústria extractiva de Moçambique, trazendo à tona discussões cruciais sobre a exploração sustentável e a transformação local dos recursos minerais. Com a participação de representantes do Governo e da comunidade empresarial, o evento visa traçar um caminho claro para o desenvolvimento socioecónómico do país impulsionado pela indústria extractiva.
“Estamos num momento decisivo para o futuro da nossa indústria extractiva e para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique”, finalizou.
Fonte: O Económico
