Face a perturbações no comércio mundial Fórum Global das Cadeias de Abastecimento da ONU apela a resiliência

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O primeiro Fórum Global da Cadeia de Abastecimento das Nações Unidas, organizado pela ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e pelo Governo de Barbados, foi realizado de 21 a 24 de maio de 2024. O evento reuniu mais de 1.000 participantes de todo o mundo, com a perspectiva de encontrar soluções para enfrentar as crescentes perturbações nas cadeias de abastecimento globais.

 

Perturbações globais e vulnerabilidade da cadeia de abastecimento

A Vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, a Primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottley, e a Secretária-geral da ONU para Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, inauguraram o fórum em meio a um cenário comercial global volátil.

As perturbações globais estão a fazer com que os navios passem mais dias no mar e emitam níveis mais elevados de gases com efeito de estufa, realçando a crescente falta de fiabilidade e incerteza do nosso mundo interligado. Neste contexto, a Secretária-Geral da ONU para o Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, destacou a necessidade urgente de tornar as redes globais de produção e distribuição mais inclusivas, sustentáveis ​​e resilientes.

O fórum abordou os efeitos agravados das alterações climáticas, das tensões geopolíticas e da pandemia da COVID-19 nas cadeias de abastecimento globais, para os quais o Comércio e Desenvolvimento da ONU forneceu uma análise crítica. Os portos desempenham um papel crucial na manutenção das cadeias de valor globais através da tecnologia e de práticas sustentáveis.

A Secretária-Geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan, destacou a importância de os portos continuarem a fazer parte das cadeias de valor globais através da tecnologia e da adaptação, apresentando Barbados como um exemplo para outros pequenos estados insulares em desenvolvimento (SIDS) na implementação de práticas sustentáveis.

Descarbonizando o transporte marítimo global

O fórum destacou as complexidades e oportunidades na descarbonização do transporte marítimo global, concentrando-se nos países em desenvolvimento com recursos energéticos renováveis. Os portos são fundamentais para esta transformação, servindo as suas autoridades como facilitadores e conectores para diversas partes interessadas. Os esforços para incentivar combustíveis com baixo ou nenhum carbono, estabelecer quadros de segurança para novos combustíveis e desenvolver ferramentas de avaliação da prontidão dos portos foram destacados como passos críticos para preparar os portos para lidar com múltiplos combustíveis e garantir operações seguras de abastecimento.

O fórum serviu de cenário ideal para o lançamento do “Manifesto para Transporte Intermodal de Carga e Logística de Baixo Carbono, Eficiente e Resiliente”. Esse manifesto enfatiza a necessidade urgente de transformar o transporte de mercadorias para cumprir as metas climáticas globais e aumentar a resiliência socioeconómica. As principais áreas de foco incluem a transição para combustíveis com emissões zero, a otimização dos sistemas logísticos e a criação de cadeias de valor sustentáveis, com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.

Os participantes defenderam também a transição para tecnologias verdes e sustentáveis ​​no transporte marítimo para promover a eficiência energética e combater a poluição marinha. Numa declaração conjunta, apelaram às instituições financeiras internacionais, aos bancos de desenvolvimento e aos países doadores para que priorizem o financiamento e o investimento no seu sector de transportes e logística, concentrando-se em projectos que promovam a resiliência, a sustentabilidade e a inclusão.

Soluções digitais para resiliência

As tecnologias digitais serão fundamentais para reforçar a resiliência da cadeia de abastecimento global. Inovações como mecanismos de rastreabilidade habilitados para blockchain e sistemas avançados de automação aduaneira foram apresentadas como ferramentas indispensáveis ​​para optimizar os processos de facilitação do comércio, aumentar a transparência e mitigar os riscos operacionais.

Fonte: O Económico

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