Esforços de recuperação económica vêm desde a independência, País precisa saber definir prioridades e sectores âncoras de desenvolvimento económico – Paulo Mole

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Na participação no programa “Semanário Económico”, terça-feira 25 de Junho, dia da Independência de Moçambique, são já 49 anos dessa conquista, o economista Paulo Mole, afirmou que Moçambique está efectivamente em processo de recuperação económica desde que se tornou um País independente.

“A recuperação económica já vem desde a independência, não é um aspecto de agora. Penso que esse é a causa pela qual até hoje, nós estamos a lutar. 

Debruçando-se sobre as aspirações de Moçambique, alertou Paulo Mole que é preciso ter em conta na análise dos processos que, “em desenvolvimento, o progresso é incremental”. 

Fazendo uma avaliação sobre o que poderiam ser as conquistas económicas alcançadas, Paulo Mole, não quis ser específico, mas disse que “conseguimos alguma coisa, mas podíamos ter feito mais”.

“O progresso tem sido lento. Muito lento.” Frisou.

Sobre o que estaria a faltar para que o progresso seja mais abrangente e rápido, Paulo Mole foi perentório na resposta: “Faltam incentivos. Temos que descobrir as variáveis críticas” 

“O incentivo não é só reduzir a taxa”. 

No entendimento do economista, é preciso transmitir a ideia que incentivos não são apenas benesses tributárias, é sobre a criação de condições que permitam a realização de investimentos 

“Eu posso reduzir os impostos, mas se eu não posso colocar uma infraestrutura funcional, de que que me serve a redução nos impostos?”. Questionou

 Sublinhou o economista e docente universitário que o imposto incide sobre a produção e sobre os rendimentos, mas se não há produção, não há rendimento e subsequentemente não há tributação. Daí que defende que o maior incentivo é a criação de condições para produção.

Analisando as condições actuais que o país apresenta, Paulo Mole disse ao “Semanário Económico”, o  País fez um esforço muito grande ao longo dos anos em ter pessoas formadas e tecnicamente capazes” e que o enfrentamento dos desafios actuais passa pelo discernimento na definição de prioridades sobre as áreas de desenvolvimento.

“Temos que saber definir prioridades. Temos medo de sacrificar certas coisas”.

Paulo Mole, afirmou que abraçar tudo de uma única vez é ineficaz e ineficiente, e que as prioridades têm o seu custo de oportunidade

“Na selecção de prioridades, há um sacrifício grande que tem de ser feito em algumas coisas”. Sublinhou.

“Se queremos transformação económica, há sectores críticos para essa transformação”. Acrescentou. 

Reflectindo sobre como desinibir o potencial económico de Moçambique e fazê-lo florescer, Paulo Mole sugere ser necessário “ter um pensamento deliberado sobre quais são as âncoras de desenvolvimento, sectores âncoras de desenvolvimento para a nossa economia e depois o enfoque de investimentos nessas áreas”.

Fonte: O Económico

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