O dólar subiu amplamente nesta segunda-feira, 15/07, e as criptomoedas saltaram com as negociações para uma vitória de Donald Trump nas próximas eleições nos Estados Unidos ganhando força na sequência de uma tentativa de assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos.
As negociações foram reduzidas na sessão asiática, com o Japão a sair para um feriado, embora as notícias do tiroteio de Trump tenham dominado o humor do mercado e os investidores tenham reduzido as probabilidades de uma vitória de Trump em Novembro.
A tentativa de assassinato provavelmente aumenta a “reputação de força” de Trump, disse Jack Ablin, director de investimentos da Cresset Capital.
O site de apostas online PredictIT coloca a vitória dos republicanos a 66 cêntimos, contra 60 cêntimos na sexta-feira, 12 de Julho, e a dos democratas a 38 cêntimos. As probabilidades actuais indicam que os republicanos têm duas vezes mais probabilidades de ganhar as eleições do que os democratas.
Isso fez com que o dólar subisse amplamente, o que deixou o euro com uma queda de 0.14% para US$ 1.0895, enquanto a libra esterlina caiu 0.09% para US$ 1.2978.
Os títulos do Tesouro dos EUA não foram negociados na Ásia nesta segunda-feira, 15/07, devido ao feriado no Japão, mas os futuros do Tesouro a 10 anos caíram, indicando que os rendimentos subirão quando as negociações em dinheiro começarem no final do dia. Os rendimentos das obrigações movem-se inversamente aos preços.
“A função de reacção do mercado a uma presidência Trump foi caracterizada por um dólar americano mais forte e uma inclinação da curva dos títulos do Tesouro dos EUA, então podemos observar um pouco disso na próxima semana se suas chances de eleição forem avaliadas como tendo melhorado ainda mais após este incidente”, disse Rong Ren Goh, um gerente de portfólio da Eastspring Investments.
Os preços da criptografia também aumentaram em antecipação a uma vitória de Trump, com o bitcoin subindo 9% para US$ 62,760. Ether saltou mais de 7% para US$ 3,336.80.
Trump se apresentou como um campeão da criptomoeda, embora não tenha oferecido detalhes sobre sua política de criptografia proposta.
Em outras moedas, o dólar australiano diminuiu 0.13% para US$ 0.6775, enquanto o dólar da Nova Zelândia caiu 0.3% para US$ 0.6100.
O índice do dólar pouco mudou em 104.20.
Sob a presidência de Trump, os analistas de mercado esperam uma política comercial mais agressiva, menos regulamentação e regulamentos mais flexíveis sobre as alterações climáticas.
Os investidores também esperam uma extensão dos cortes de impostos corporativos e pessoais que expiram no próximo ano, alimentando preocupações sobre o aumento dos défices orçamentais sob Trump.
Ainda em dificuldades
As manchetes da China também chamaram a atenção dos investidores nesta segunda-feira, 15/07, uma vez que os dados mostraram que a segunda maior economia do mundo cresceu muito mais lentamente do que o esperado no segundo trimestre, devido a uma prolongada recessão imobiliária e à insegurança no emprego que comprimiu a procura interna.
Números separados divulgados no início do dia mostraram que os preços das casas novas na China caíram ao ritmo mais rápido em nove anos em Junho, com o sector a lutar para encontrar um fundo, apesar das medidas de apoio do governo para controlar o excesso de oferta e reforçar a confiança.
O yuan chinês quase não reagiu aos dados e apenas alargou ligeiramente as suas perdas desde o início da sessão, negociando em último lugar 0,13% mais baixo, a 7,2602 por dólar no mercado onshore.
“Em termos líquidos, é um resultado negativo. Mostra que a dinâmica de crescimento do segundo trimestre parece estar a enfraquecer”, disse Alvin Tan, chefe da estratégia cambial asiática da RBC Capital Markets.
“O enfraquecimento da dinâmica do segundo trimestre implica que precisaremos de mais apoio para levar a economia à meta de 5% para todo o ano.
A reunião de altos funcionários da China, que se realiza uma vez em cada cinco anos, e que normalmente provoca mudanças de política, teve início nesta segunda-feira, 15/07, e o plenário de quatro dias será observado quanto a medidas para apoiar a recuperação irregular da segunda maior economia do mundo.
No resto do mundo, o yen inverteu alguns dos seus ganhos do final da semana passada e situou-se pela última vez em 157,95 por dólar, embora não tenha ficado muito longe de um máximo de cerca de um mês de 157,30 atingido na sexta-feira, 12 de Julho.
Acredita-se que Tóquio interveio no mercado para sustentar a moeda japonesa na semana passada, na sequência de um relatório de inflação dos EUA mais frio do que o esperado, com dados do Banco do Japão sugerindo que as autoridades podem ter gasto até 3,57 biliões de yenes (US$ 22,4 mil milhões) para fazê-lo na quinta-feira.
Fonte: O Económico
