Crescimento e competitividade Global: Países que revolucionaram o ambiente de negócios nos últimos 20 anos

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Nos últimos 20 anos, diversas economias globais têm-se destacado pela realização de reformas estruturais, políticas de livre comércio e melhoria de infraestrutura, transformando radicalmente o seu ambiente de negócios. O mais recente relatório da Economist Intelligence Unit (EIU) revela uma série de países que conseguiram ascender no ranking global de competitividade, tornando-se destinos atractivos para investidores internacionais.

Entre os que registaram os maiores avanços destacam-se o Vietname, a Sérvia e Roménia, cujas economias foram impulsionadas por reformas robustas, integração a blocos económicos e modernização das suas infraestruturas e políticas regulatórias. Estes países representam exemplos de como decisões estratégicas podem revolucionar o ambiente empresarial, mas os desafios enfrentados e as abordagens adoptadas variam de acordo com o contexto económico e geopolítico de cada nação.

Vietname: Diversificação e competitividade em alta

O Vietname desponta como o País que mais melhorou no ambiente de negócios entre 2003 e 2023, de acordo com o EIU. O País passou por uma transformação significativa com a adopção de políticas de livre comércio e a sua inclusão em cadeias globais de valor, aproveitando o movimento conhecido como China+1, que incentivou multinacionais a diversificar suas operações, deslocando parte da produção da China para outros países da Ásia. O acordo de livre comércio entre o Vietname e a União Europeia, assinado em 2020, foi outro ponto de viragem, fortalecendo o ambiente de negócios e fomentando o investimento directo estrangeiro (IDE).

Além disso, a forte aposta em infraestruturas e educação posicionou o Vietname como um dos destinos mais atractivos para a instalação de fábricas e centros de produção industrial. Com salários competitivos e um governo estável, o País conseguiu equilibrar a sua política económica com práticas de sustentabilidade e resiliência. O relatório do EIU destaca que o Vietname conseguiu melhorar consistentemente o seu ambiente de negócios, em parte, graças à implementação de um quadro regulatório eficiente, que atraiu capital estrangeiro em sectores como tecnologia, manufatura e comércio.

Sérvia: Reformas, financiamento internacional e integração europeia

A Sérvia é outro País que viu grandes melhorias no seu ambiente de negócios, ocupando o segundo lugar no ranking dos países que mais progrediram nos últimos 20 anos. Após um longo período de instabilidade política e económica decorrente dos conflitos nos Balcãs, a Sérvia tem trabalhado consistentemente para reconstruir sua economia e atrair investimento internacional. O apoio financeiro de instituições como a União Europeia (UE) e o Banco Mundial desempenhou um papel crucial nesse progresso.

A adesão às normas regulatórias da UE e os esforços de modernização da infraestrutura possibilitaram uma recuperação económica sustentada, especialmente na indústria de tecnologia e sector de serviços. As reformas também foram complementadas por uma política de estabilidade fiscal, o que ajudou a Sérvia a reduzir as barreiras administrativas e aumentar a confiança dos investidores. No entanto, o relatório aponta que, para garantir um crescimento contínuo, o País precisa de consolidar ainda mais o estado de direito e avançar na transparência das suas instituições.

Roménia: Benefícios da União Europeia e modernização

A Roménia, que entrou na União Europeia em 2007, tem colhido os frutos das reformas que implementou ao longo das últimas duas décadas. O País beneficiou enormemente dos fundos estruturais da UE, que impulsionaram a sua infraestrutura e dinamizaram sectores como a energia, tecnologia e manufactura. A conformidade com as normas da UE trouxe um ambiente mais transparente e previsível, atraindo investimentos directos estrangeiros (IDE) e fortalecendo o sector privado.

O relatório da EIU salienta que a Roménia se tornou um importante polo industrial e de serviços no Leste Europeu, com um crescimento robusto no sector de TI e BPO (Business Process Outsourcing). No entanto, desafios como a corrupção e a necessidade de reformas mais profundas no sistema judicial continuam a ser barreiras ao crescimento sustentável, mas o País tem mostrado disposição para enfrentar esses obstáculos com o apoio da UE.

Olho no Futuro: Índia, Quénia e Grécia

Olhando para o futuro, o relatório do EIU prevê que economias emergentes como Índia, Quénia e Grécia estão posicionadas para melhorar significativamente seus ambientes de negócios nos próximos cinco anos. 

A Índia tem realizado reformas económicas agressivas e um investimento massivo em tecnologia e infraestruturas, colocando-se como um dos maiores destinos para investimento global. O Quénia, por sua vez, está a crescer rapidamente como um hub tecnológico e de serviços em África, impulsionado pela adopção de inovações digitais e pela crescente formalização do sector privado.

Já a Grécia, após um longo período de crise económica, tem vindo a reestruturar-se com um foco renovado em reformas do mercado de trabalho, investimentos em infraestrutura e políticas fiscais mais rigorosas. A recuperação grega está a ser  acompanhada de perto pelos investidores internacionais, à medida que o País continua a modernizar seu ambiente de negócios, ganhando competitividade no cenário europeu.

Diferentes perspetivas sobre o Ambiente de Negócios

O relatório da EIU mostra que o ambiente de negócios global continua em constante evolução, impulsionado por factores políticos, económicos e tecnológicos. Países que apostam em reformas estruturais, melhoria da infraestrutura e integração internacional tendem a atrair mais investimentos e a crescer mais rapidamente. Contudo, o sucesso de cada nação depende do equilíbrio entre reformas de curto e longo prazo, além de uma abordagem consistente para resolver desafios internos, como corrupção, burocracia e estabilidade política.

Olhando para a próxima década, o foco em tecnologia, digitalização e sustentabilidade será fundamental para os países que procuram melhorar ainda mais o seu ambiente de negócios.

Fonte: O Económico

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