“Conecta Negócios” projecto de US$ 100 milhões receia incumprimento de metas de formação de MPMEs fixada em 10 mil devido a ausência de candidatos

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O Projecto Conecta Negócios, desenhado para alavancar o desempenho de micro, pequenas e medias empresas com operações junto aos megaprojetos localizados nas províncias de Tete, Nampula e Cabo Delgado, receia não cumprir com as metas de formação esperadas. 

Segundo o Director do projecto, Vasco Chemane, o problema deve-se a falta de candidatos tanto de formadores quanto de empresas para beneficiarem de formações. 

Este fenómeno esta a suscitar preocupação em empresas contratadas para executarem a capacitação.

O gestor do Conecta revela que o projecto queria 90 formadores em diversas áreas, mas conseguiu apenas cerca de 61. Já nas micro, pequenas e medias empresas que se deviam candidatar, nas províncias prioritárias, para preencherem a meta estimada em 10 mil, não foi por aí além. 

Esta é a dimensão do problema que o projecto sempre receou que se levantaria, segundo reconhece Vasco Chemane.

“Bom, a dimensão é enorme, o impacto também é enorme, a grande dificuldade que eu espero que vamos ter, já se começou a manifestar-se, estamos a falar de formação , as nossas metas de formação, primeiro não conseguimos formar o número de formadores que nós precisamos”. 

“Estamos, eu pessoalmente, com receio de que essa dificuldade de não termos conseguido formar o número suficiente de formadores se vai reflectir mais tarde, a incapacidade de formar o número de empresas previstas”, destaca.

Receando que haja empresas que tenham ficado de fora por falta de informação, o Conecta apela as empresas das províncias prioritárias a candidataram-se a formação, para melhorarem suas competências para acederem a oportunidades de negócios geradas por Megaprojectos.

O  Conecta é um projecto de  6 anos.  Para este período o projecto fixou a meta de formar cerca de 10 mil micro, pequenas e medias empresas. 

As empresas beneficiárias estão divididas em dois segmentos: o de ligações a montante (empresas que fornecem bens e serviços directamente aos megaprojectos) que deverá comportar 1000 empresas e o de ligações de consumo (empresas que servem as populações assentadas em zonas à volta dos megaprojectos) que serão no total 9 mil empresas. 

“Nós fazemos essa formação desenhando pacotes formativos direcionados a cada um dos grupos.  Há um pacote para as empresas que actuam na chamada ligações a montante e há um pacote desenhado para as empresas que actuam para as ligações de consumo. No fundo, no fundo, são pacotes mais ou menos parecidos, mas tem pequenas diferenças”.

Já quanto a formação, o Conecta detalha que “fazemos intervenção integrada que compreende a formação que é  o primeiro nível, upgrading em gestão da qualidade, que é a fase 2, e a terceira e última fase, fazemos o financiamento, utilizando o conceito de subvenções”.

Apenas 650 mil deverão chegar à fase de financiamento nos dois segmentos e mais um designado “corta-mato”. 

Este último, refere-se aquelas empresas que, não tendo participado da formação por pressupor-se que estejam prontas, podem fazer uma candidatura directa para o financiamento. 

Para o segmento das MPMEs a montante, o Conecta vai comparticipar com 70% no valor total do financiamento e para o segundo segmento a jusante, as empresas serão financiadas em 100%.

As empresas apuradas concorrem para um fundo fixado em US$ 25 milhões, não reembolsáveis.

Destacar que Niassa, província “sempre esquecida” e que inicialmente não estava prevista, também tem empresas concorrentes para formação e subsequente financiamento.

O Conecta é um projecto do Governo. Tem financiamento do Banco Mundial num valor global de US$ 100 milhões.

Fonte: O Económico

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