Câmara de Comércio de Moçambique promove participação de empresas nacionais na conferência “Investir em África”
Organizado pelo Conselho Árabe para o Desenvolvimento Económico de África e que terá lugar no Egipto entre 23 e 25 de Setembro próximo, para trair investimentos para o continente. Essencialmente, o evento pretende que investimentos de países árabes sejam desenvolvidos em Moçambique. A participação moçambicana será coordenada pela Câmara de Comércio de Moçambique que tem a vantagem de poder estar diante de cerca de 100 bancos capazes de oferecer às empresas moçambicanas a possibilidade de financiamento a diferentes projectos de desenvolvimento. Além dos financiamentos a serem mobilizados directamente na conferência, os financiamentos podem ser possíveis através das parcerias a nível institucional e da classe empresarial, onde cada um dos empresários irá “vender” o projecto que pretende desenvolver. A Câmara de Comércio de Moçambique não restringe a participação nacional na conferência “Investir em África” apenas para os membros, mas para o empresariado, por tratar-se de uma “oportunidade ímpar” para os país e para todos os países africanos”, segundo explicou o presidente daquela instituição, Julião Dimande. A este propósito, Julião Dimande explicou também que a Câmara de Comércio de Moçambique, incluindo a Confederação das Associações Económicas (CTA – representante oficial do sector privado moçambicano) e outras associações estão a trabalhar na plataforma de melhoria do ambiente de negócios. Dimande explicou que é a luz deste objectivo que se faz a divulgação da conferência de investimentos, que terá lugar no Egipto em Setembro próximo. A Câmara de Comércio de Moçambique (CCM) tem a responsabilidade de fazer a divulgação da conferência a nível dos países da África Austral, para que estes possam aceder ao evento. O facto é que a CCM é membro da Câmara Islâmica e como forma de trazer benefícios enquanto membro desta câmara, tem a responsabilidade de ser co-organizador da conferência ao nível da África Austral. Para as inscrições que permitem a participação no evento, existe já um site (página electrónica) na CCMP que fornece a respectiva ficha de inscrição. Vão participar cerca de mil expositores de todo o mundo, incluindo a participação dos 54 países africanos, que durante os três dias terão a oportunidade de apreciar todos os projectos para o desenvolvimento de África para investimentos em áreas como Indústria, Energia, Agricultura, Turismo, entre outras. SOBRE A CCM A Câmara de Comércio de Moçambique (CCM) é uma associação de empresas nacionais e ou de direito moçambicano, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial e sem fins lucrativos. A CCM dedica-se à promoção do desenvolvimento harmonioso dos negócios dos seus associados, com vista a garantir a sua participação efectiva nas actividades económicas do país. Surgimos em 1980, a 30 de Março, com apenas seis empresas, maioritariamente estatais. PAPEL DO BADEA NAS RELAÇÕES ENTRE PAÍSES AFRICANOS E ÁRABES As relações de cooperação económica entre países africanos e árabes são maioritariamente assistidas através do Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA). Os projectos financiados pelo BADEA são prioritários para os países beneficiários e fazem parte integrante dos seus planos de desenvolvimento. Às vezes, esses projectos são de alcance regional e têm como objectivo ter um impacto positivo em mais de um país africano, contribuindo assim para a integração económica dos países visados. A contribuição do BADEA no financiamento de um projecto pode atingir 60% do custo total do projecto, desde que isso não exceda 20 milhões de dólares norte-americanos. Excepções podem ser feitas quando o custo total do projecto não exceder 15 milhões de dólares, caso a contribuição do BADEA no financiamento possa atingir um máximo de 90% do custo total do referido projecto. Além disso, um país pode receber mais de um empréstimo durante um ano, desde que o montante total dos empréstimos concedidos ao referido país não exceda 20 milhões de dólares por ano. O BADEA financia operações de assistência técnica através da concessão de subsídios a países africanos beneficiários. Também financia operações de exportações árabes para países africanos beneficiários de seu apoio. Em Moçambique, o BADEA tem prestado assistência financeira a vários projectos há muitos anos. A última intervenção é recente: um acordo de crédito celebrado a 18 de Maio de 2016, em Jacarta (Indonésia), entre o Governo e aquela instituição, no valor de 10 milhões de dólares, serviu para financiar a construção do departamento de Geologia e do edifício da administração da Faculdade de Ciências no campus da Universidade Eduardo Mondlane (UEM). Em 2015, o BADEA comprometeu-se em desembolsar cerca de 13 milhões de dólares para financiar a construção do Instituto Politécnico Agrário, a ser erguido na província de Nampula, bem como para a realização do estudo de viabilidade de um projecto de abastecimento de água na província de Inhambane. Trata-se de um apoio formalizado através da assinatura de dois acordos de financiamento entre o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, e o director-geral do Banco Árabe para o Desenvolvimento de África, Abdelaziz Khelef, depois de terem sido painelistas num seminário subordinado ao tema “O papel do grupo de coordenação do desenvolvimento de África”, no âmbito dos encontros de preparação da 40.ª Reunião do Banco Islâmico de Desenvolvimento, que teve lugar no mesmo ano em Maputo.
Fonte: O Pais -Economia
