Brasil quer exportar produtos agrícolas para a Índia e África, depois do impasse no acordo com a UE

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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, quer expandir as exportações agrícolas para a Índia e África, concentrando-se mais em novos mercados, enquanto as negociações comerciais entre um bloco comercial da América do Sul e a União Europeia estão a definhar.

Lula quer enviar uma missão comercial com mais de 300 empresários ao país mais populoso do mundo até meados do ano, disse o Ministro da Agricultura, Carlos Favaro, numa entrevista à agência Bloomberg.

“O Governo está de olho no crescente apetite da Índia por produtos como frutas, sucos, café e feijão preto”, disse ele.

Favaro disse que também há oportunidades para aumentar as vendas de carne e grãos para a África após a viagem de Lula ao Egipto e à Etiópia em Fevereiro, quando ele se reuniu com líderes da União Africana.

“Ele vai lá, reforça as relações diplomáticas e pede-nos para irmos atrás dele com missões comerciais para abrir mercados”, disse Favaro.

O Brasil, uma potência agrícola que é um dos principais exportadores de carne, soja e sumo de laranja, está a mudar o seu foco, uma vez que as negociações de acordos comerciais entre o bloco do Mercosul e a UE continuam num impasse. Os agricultores europeus temem que um acordo traga importações baratas de países com padrões ambientais inferiores, e o Presidente francês Emmanuel Macron intensificou as suas críticas no início deste ano.

A maior economia da América Latina aproveitou a popularidade global de Lula para abrir 96 novos mercados desde o início do seu terceiro mandato, em Janeiro de 2023. O número de frigoríficos habilitados a exportar para a China subiu para 146 em Março, segundo o governo brasileiro. Somente na terça-feira, 12 de Março, 38 plantas foram habilitadas pela China e ainda há outras 39 aguardando aprovação.

Favaro disse ainda na entrevista que o Brasil poderá exportar carne bovina, suína e de aves para as Filipinas por meio do chamado “sistema de credenciamento”, que dispensa missões de importadores para inspeccionar as instalações brasileiras.

“Essa era uma das demandas prioritárias do sector de proteína animal”, disse o secretário de Defesa Agro-pecuária do Brasil, Carlos Goulart, na mesma entrevista.

Embora seja possível um avanço entre o Mercosul – composto pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – e a UE, o Brasil considera que as negociações comerciais estão num impasse, disse Favaro. A França adoptou uma posição mais proteccionista em matéria de comércio e ambiente.

“Não vamos ficar aqui a queixar-nos porque estamos a ter dificuldade em ultrapassar esta barreira imposta pela comunidade europeia”, disse Favaro. “Se eles não querem ampliar as relações comerciais com o agronegócio, então vamos olhar para a Ásia, África, Oriente Médio.”

Fonte: O Económico

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