Ungulani Ba Ka Khossa foi um dos timoneiros da primeira revista literária de Moçambique independente A primeira revista literária de Moçambique independente, “ Charrua ” ( 1984 ), foi fundada por jovens boémios e irreverentes da cabeça aos pés. É neste contexto, diga - se, de muita cumplicidade literária, que Ungulani aparece com um manuscrito que viria a marcar a História Literária do país e do continente : “ Ualalapi ”, escrito no 10º andar de um prédio do Alto Maé, onde o escritor viveu. Quando julgou que a estória estava acabada, entre poucos amigos, Ungulani pediu que Teresa Manjate e Armando Artur lessem o livro. Manjate foi uma das revisoras da obra que Ungulani pretendeu, no princípio, publicar o primeiro capítulo ( “ A morte de Mputa ” ), na revista Tempo. Com as mesmas amizades, entre a cerveja e a pena, mesmo depois de a revista “ Charrua ” ter sido deixada para trás, Ba Ka Khosa lança, em 90, a colectânea de contos “ Orgia dos loucos ”. Nessa altura, Ungulani já havia gerado todos os seus filhos. Por isso, o Instituto Nacional do Cinema, agora Instituto Nacional de Áudio Visual e Cinema ( INAC ), convidou Ungulani para fazer guiões para filmes / documentários. Nesta data Ungulani Ba Ka Khosa perde sua primeira esposa, Judite Mandua, a que lhe deu quatro dos cinco filhos que tem, com quem se casou oficialmente em 1980. 20 anos depois de conhecer em Niassa aquela professora de Biologia, Ungulani encara momentos difíceis. Viúvo, Ungulani continua a investir na educação dos filhos, de forma inteligente e convincente. Uns calhavam sempre com Política e outros com Desporto ou Cultura. Mas a esperteza de Ungulani nem sempre foi percebida pelos filhos quando adulto. Ora, Ba Ka Khosa é um pai liberal, que respeita as escolhas dos filhos. Ao mesmo tempo que, quando criança, tirava o sono dos filhos quando estivesse a escrever na sua máquina, que na altura computadores eram escassos, Ungulani sempre soube compensar - lhes qualquer incómodo com lições de vida. Uma das grandes alegrias de Ungulani são os netos. Quando falam de Ungulani, os netinhos ( Wangari, Alvin e Amiel ) são unânimes em afirmar que gostam do avô Chico porque ele ajuda - lhes em muitas actividades, oferece livros e, claro, empresta o tablet para que possam divertirem - se nos videojogos.