O Sporting venceu o FC Porto com um golo solitário do incontornável Viktor Gyökeres e está na final da Taça da Liga que está marcada para o próximo sábado. Depois da estreia com uma vitória num dérbi como Benfica, Rui Borges vence agora, ao terceiro jogo, um clássico diante do FC Porto, com uma equipa que tem, cada vez mais, a cara do treinador.
Com o castelo de Leiria a pairar sobre o estádio, o clássico começou com pouco entusiasmo, com um ritmo demasiado baixo, com as duas equipas mais empenhadas em colocar dificuldades às manobras do adversário do que em propriamente construir o próprio jogo. O Sporting rodava a bola de um flanco ao outro, à procura do melhor corredor para acelerar, enquanto o FC Porto atacava com maior persistência sobre a esquerda, certamente a procurar tirar proveito da menor experiência de Fresneda, uma das surpresas no onze de Rui Borges, depois de Eduardo Quaresma ter terminado o jogo de Guimarães com queixas.
Nos primeiros instantes, o Sporting teve mais bola, mas sentiu tremendas dificuldades em progredir no terreno no novo sistema desenhado por Rui Borges, face à pressão cada vez mais alta do FC Porto. A verdade é que as duas equipas cometiam demasiado erros e estes acentuavam-se na aproximação à baliza contrária. Maxi Araújo perdia muitas bolas, mas Pepê e André Franco também sentiam dificuldades em combinar com Samu no último terço. Foi quando o FC Porto começou a crescer e a conseguir tirar proveitos da pressão alta que o Sporting sofreu a primeira contrariedade, com Matheus Reis, mais uma vez no papel de lateral esquerdo, ficou caído sobre o relvado com muitas queixas. Rui Borges lançou de imediato Geovany Quenda, pedindo a Maxi Araujo para recuar no terreno.
Foi nesta fase de transição que o FC Porto ameaçou, pela primeira vez, o golo, aos 20 minutos, depois de mais uma tentativa de saída falhada dos leões. Rodrigo Mora ganhou a linha de fundo e cruzou atrasado para o remate de primeira de Nico González a rasar o poste.
Um sério aviso para o Sporting que ainda procurava um novo equilíbrio em campo. O FC Porto ainda chegou a entusiasmar os seus adeptos, mas por pouco tempo, uma vez que os leões acabaram por recuperar a iniciativa do jogo assim que Geovany Quenda começou a procurar caminhos mais interiores, deixando o corredor entregue a Maxi. Uma mudança que permitiu à equipa de Rui Borges ganhar o meio-campo e obrigar o FC Porto a recuar em toda a linha. O intervalo chegou mesmo com o Sporting a carregar com uma série de três cantos consecutivos, um remate perigoso de Quenda e com Hjulamand a pedir um penálti por um alegado corte de Eustáquio com a mão.
A verdade é que a primeira parte foi tudo menos empolgante, resumindo-se em dois fogachos de Rodrigo Mora, do lado do FC Porto, uma arrancada fulgurante de Viktor Gyökeres e um remate de Quenda. Muito pouco para um clássico.
A segunda parte começou novamente com um FC Porto com um bloco subido, mas com um Sporting mais determinado em explorar as transições, como ficou evidente numa primeira arrancada de Viktor Gyökeres a levar tudo à frente. O jogo estava, acima de tudo, com um ritmo mais elevado, a empolgar, finalmente, as bancadas. Foi neste cenário que o Sporting acabou por chegar ao golo, numa transversal desenhada por Geny Catamo, da direita para o centro, com o moçambicano a deixar a bola em Geovany que, por sua vez, soltou-a, com um pormenor de classe, para Gyökeres que, na zona frontal, não perdoou. Mais uma assistência de Quenda para o sueco, depois das duas que já tinha feito em Guimarães para o matador dos leões.
Um golo que levou o FC Porto a acelerar ainda mais o jogo e Vítor Bruno a promover as primeiras alterações, com as entradas de Zaidu (primeiro jogo da temporada) e Fábio Vieira, em detrimento de Pepê, muito abaixo do que já demonstrou, e de André Franco. Alterações que permitiram a subida e entrada no jogo de Galeno. A verdade é que o FC Porto reagiu bem e obrigou o Sporting a cerrar fileiras para evitar o empate.
Nos minutos que se seguiram ao golo, o FC Porto andou a rondar a baliza de Franco Israel, usufrui de um livre perigoso, mas raramente conseguiu encontrar espaços para rematar. O Sporting parecia estar a recuperar os comportamentos que tinha evidenciado nos últimos jogos, com o Benfica e Vitória, em que depois de chegar à vantagem, recuou no campo, mas desta vez, foi conseguindo esticar o jogo e até podia ter chegado a um segundo golo, num remate trapalhão de Trincão após mais um bom trabalho do sueco.
O jogo estava, assim, animado, quando começou a dança dos bancos, com Rui Borges a lançar João Simões para o lugar do amarelado Morita, enquanto Vítor Bruno voltava a refrescar os setores mais desgastados com as entradas de João Mário e Ivan Jaime. Foi o arranque para os últimos quinze minutos frenéticos, com os dragões a tentarem chegar ao empate e os leões a tentarem matar o jogo.
Subiu a tensão, aumentaram os duelos em campo, mas, desta vez, o Sporting não tremeu, pelo contrário, foi ganhando confiança face à inoperância do FC Porto que sempre que chegava ao último terço, perdia invariavelmente a bola.
O FC Porto carregou com tudo o que tinha até ao último suspiro do jogo, mas não conseguiu o golo que levaria o jogo para penáltis e, depois do afastamento da Taça de Portugal, fica também fora da disputa deste título.
O Sporting, por seu lado, garante, a sexta final na Taça da Liga nos últimos oito anos e fica, agora, à espera do vencedor do embate entre Benfica e Sp. Braga que está marcado para esta quarta-feira, para o mesmo palco da contenda desta noite.
Fonte: Mais Futebol