A trasladação acontece 125 anos depois da morte do autor
Concretiza-se esta quarta-feira a trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional, em Lisboa.
A trasladação acontece 125 anos depois da morte do autor e político e quatro anos depois da aprovação no Parlamento, uma vez que foi preciso superar uma batalha judicial com a família – bisnetos do escritor não desejavam ver os restos mortais de Eça a sair da aldeia de Santa Cruz do Douro, no concelho de Baião, onde estava sepultado.
A cerimónia arrancou em São Bento e o cortejo, com a urna numa charrete, encaminhou-se pela Rua de São Bento, com escolta de honra a cavalo, até ao Panteão Nacional, onde o esperavam o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, e o primeiro-ministro Luís Montenegro.
À chegada, pelas 11 horas, foi interpretado o hino nacional e o elogio fúnebre feito por Afonso Reis Cabral, trineto de Eça e presidente da Fundação com o nome do escritor. Decorreram vários momentos musicais e houve lugar à leitura de excertos de obras.
A cerimónia foi concluída com a assinatura do Termo de Sepultura do Panteão Nacional e a urna transportada por militares da GNR até à Arca Tumular. A bandeira nacional que estava em cima da urna desde que os restos mortais saíram da Assembleia da República foi dobrada por dois militares da GNR, que a entregaram ao presidente da República. Marcelo deu-a a Afonso Cabral.
A trasladação de Eça para o Panteão é a 13ª da história do país e a sétima em democracia.
O escritor, autor de obras como Os Mais ou O Crime do Padre Amaro, morreu em agosto de 1900 em Neuilly-sur-Seine, quando exercia o cargo de cônsul de Portugal em Paris. Os restos mortais foram trasladados para Lisboa de barco um mês depois e foram sepultados no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Em 1989, a Fundação Eça de Queiroz decidiu pela trasladação para o cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião, onde ficou até este fim de semana.
(atualizado às 13.11 horas)
Fonte: A Bola