O desejo de Djokovic: «Gostava de beber um copo com Nadal e Federer»

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Em entrevista à ‘GQ’, o tenista sérvio falou sobre a relação com os rivais, a possibilidade de reforma e as polémicas em que se envolveu devido à vacina contra a COVID-19

Novak Djokovic dispensa apresentações. Campeão olímpico, 24 vezes vencedor de torneios do Grand Slam e o estatuto de um dos melhores de sempre. Ao longo do século XXI, discutiu a hegemonia do mundo do ténis com Roger Federer e Rafael Nadal e agora, em entrevista à revista GQ, falou da relação com os rivais, que, confessa, não foi sempre a mais positiva.

«Para ser sincero, houve altos e baixos. Tentei sempre respeitá-los e ser gentil para com eles fora da quadra. Mas, no princípio, não fui aceite. Entrei em campo sempre a mostrar confiança e a dizer que queria vencer. Acho que nenhum deles gostou disso. Especialmente porque os outros jogadores queriam enfrentá-los, mas não jogavam para os vencer. Talvez se tenham distanciado de mim por causa da minha postura confiante. Tudo bem. Aceitei que assim era. Percebi a mensagem: somos rivais e nada mais. E, sinceramente, é muito difícil fazer amigos drante a temporada», afirmou o tenista sérvio, que, ainda assim, não deixa de parte uma maior proximidade com ambos no futuro. «Das últimas vezes que estive com o Roger, falámos sobre família, sobre andar de um lado para outro. Gostava de me conectar com eles a um nível mais profundo. Se vai acontecer ou não, não sei, depende do desejo deles. Depende de para onde a vida nos levar. Gostava de beber um copo com eles e falar abertamente sobre aquilo que os incomoda em mim, e vice-versa. Vamos falar de tudo. Também tenho as minhas observações», afirmou.

As polémicas com a vacinação contra a COVID-19 também foram assunto. Djokovic escolheu não tomar a vacina, o que levou a que, em 2022, fosse deportado da Austrália. «Foi uma decisão política. Era menos prejudicial para eles mandarem-me embora que deixarem-me ficar. Não sou pró-vacinação, nem contra as vacinas. Sou totalmente a favor da liberdade de escolha. Portanto, não me parece correto que alguém me negue o direito do que devo fazer com o meu corpo. Não senti que precisava da vacina. Sou saudável, cuido do meu corpo e da minha saúde e sou atleta profissional. E, como atleta profissional, estou plenamente consciente do que consumo e faço exames regularmente. Além disso, tenho de destacar que não era uma ameaça para ninguém, porque já tinha anticorpos», explicou o sérvio, que admite que, mesmo que quisesse dedicar-se a uma vida na política, «passaria por uma preparação anterior»: «Não tenho educação política.»

Apesar de acumular inúmeros recordes, Djokovic diz que não sente que nenhum deles seja imbatível: «Há quem diga que nunca vão quebrar os meus recordes. Duvido. O Carlos Alcaraz pode ser o próximo, ou o Jannik Sinner, se cuidarem do corpo e fizerem as coisas corretamente, a pensar a longo prazo, podem conseguir», afirmou. Para já, ainda não pensa em reformar-se. Ou, pelo menos, em quando vai fazer. «O meu pai está a tentar que eu pare há muito tempo. Diz para pensar em toda a pressão e no stress que afeta a minha saúde e, consequentemente, a dele. Penso mais sobre o ‘como’ do que no ‘quando’ me vou reformar. Se começar a perder muito, se superar os desafios se tornar cada vez mais um desafio, provavelmente vou terminar a carreira. Mas, por agora, estou bem. Vamos continuando.»

Fonte: A Bola

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