Assistimos a sequência do clássico brasileiro, O Auto da Compadecida 2, que chegou aos cinemas no dia 25 de dezembro. Vem saber o que achamos!
Depois de 24 anos, a dupla de amigos Chicó e João Grilo voltam para viver novas aventuras, agora a pequena cidade de Taperoá terá que escolher um novo prefeito, João Grilo então tem um plano para tirar proveito dos candidatos.
Já no início do filme vemos Chicó contando a história da ressurreição de João Grilo, flashbacks do primeiro filme são inseridos para relembrar o que aconteceu, depois de 24 anos do primeiro filme, acho até necessário a inserção desses flashbacks, João Grilo então ressurge dizendo que sumiu para a capital, onde ficou por 24 anos e resolveu voltar para Taperoá.
Temos também as histórias de Chicó em que ele termina com sua famosa frase “não sei, só sei que foi assim”, o enredo tem algumas alterações se compararmos com o primeiro filme, mas a estrutura é exatamente a mesma. Agora João Grilo quer tirar proveito de dois candidatos à prefeitura da cidade e bola um plano para enganá-los, se colocando em uma enrascada novamente, que vai gerar o famoso julgamento que o traz de volta à terra.
Nem posso considerar como um spoiler, pois o filme é praticamente uma cópia do original, apenas com algumas atualizações na mensagem. Temos também Chicó se apaixonando pela filha do coronel e a frase “eu já vi esse filme antes” volta a ecoar em nossa cabeça. A fotografia e a direção de arte tentam manter o ar teatral do primeiro filme, mas as atualizações e o uso abusivo de CGI estragam algo que poderia ser surpreendente.
A produção consegue arrancar risadas do público, não nos entrega nada novo, mas também não entrega algo detestável, acredito que só foi lançado como sequência por conta da volta de personagens icônicos do primeiro filme, como Rosinha e o cangaceiro Joaquim, que atirou em João Grilo.
Mais uma vez temos Matheus Nachtergaele interpretando João Grilo e mostrando que nasceu para esse papel, o ator não aceita fazer qualquer produção e tem em seu currículo filmes bem segmentados, fiquei surpresa quando ele aceitou reviver esse personagem e com certeza é a melhor parte da produção. Já Selton Mello parece estar cansado de interpretar Chicó, a dificuldade em fazer o sotaque e manter o jeito ingênuo e medroso do personagem não nos entrega um bom trabalho.
Eduardo Sterblitch interpreta o candidato Arlindo, um personagem caricato e semelhante a diversos outros papeis interpretados pelo ator, já Humberto Martins interpreta o candidato coronel e faz bem o papel de carrasco. Clarabela, a filha do coronel, é interpretada por Fabiula Nascimento, que também entrega uma personagem caricata.
Taís Araújo foi escolhida para interpretar a Compadecida, o que é uma grande responsabilidade depois de Fernanda Montenegro interpretar o papel no primeiro filme, infelizmente ela parece ter apenas decorado as falas de sua personagem, sem ter uma boa atuação ou impacto em seus poucos minutos de tela.
É importante ressaltar que a produção foi dublada para certamente manter a qualidade do áudio, só esqueceram de levar em conta que nem todo bom ator é um bom dublador, em muitas cenas a expressão facial do(a) personagem não condiz com a emoção de sua fala, o que pode incomodar e muito o público mais atento, é um erro inadmissível para um filme com tanto investimento e visibilidade.
Auto da Compadecida 2 acertaria muito mais se fosse um remake e não uma continuação, acabou seguindo os passos de Estômago 2, lançar uma continuação depois de mais de 20 anos só mostra que o interesse não é manter viva a memória do cinema brasileiro, mas sim lucrar com a nostalgia do povo. A parte positiva do filme é João Grilo e a trilha sonora que encanta com músicas clássicas e com canções originais de João Gomes.
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Fonte: Pippoca