O Goldman Sachs Group actualizou pela segunda vez em dois meses as suas previsões para o dólar norte-americano, apontando para uma valorização de cerca de 5% no próximo ano. Esta perspectiva baseia-se num desempenho económico sólido dos Estados Unidos e em potenciais tarifas adicionais que poderão abrandar o ritmo de flexibilização monetária pelo Federal Reserve.
De acordo com os estrategistas do Goldman Sachs, liderados por Kamakshya Trivedi, as principais razões para o optimismo em relação ao dólar incluem a resiliência da economia americana, que tem mostrado um crescimento consistente, destacando-se em comparação com outras economias avançadas. O mercado de trabalho robusto e dados económicos favoráveis reforçam esta visão.
A administração Trump tem planos para implementar novas tarifas, o que poderá impulsionar a inflação. Este cenário poderia obrigar o Federal Reserve a manter uma política monetária menos acomodatícia do que o esperado.
Dados recentes, como o relatório de empregos explosivo divulgado na última sexta-feira, mostram um mercado de trabalho resiliente, o que reforça a confiança na força da economia americana.
O dólar parece preparado para superar moedas como o euro e o dólar australiano, impulsionado pela diferença de desempenho económico entre os EUA e outras regiões.
Implicações para o Mercado Global
A valorização do dólar terá repercussões significativas nos mercados globais. Uma moeda americana mais forte pode dificultar o serviço da dívida em dólares para países em desenvolvimento, aumentando os custos de financiamento.
Investidores podem redireccionar capitais para os EUA em busca de rendimentos mais elevados, resultando em saídas de capital de outras regiões. Além disso, como muitas commodities são cotadas em dólares, uma moeda mais forte pode reduzir os preços globais de recursos como petróleo e metais.
Perspectivas e riscos
Apesar do optimismo, os estrategistas do Goldman alertam que existem riscos para esta previsão. Factores como instabilidade política, alterações inesperadas na política monetária do Federal Reserve ou choques externos podem influenciar negativamente o desempenho do dólar.
A visão actual, no entanto, continua inclinada para uma valorização sustentada, com base na combinação de uma política económica pró-crescimento e num mercado de trabalho resiliente que sustenta a confiança na moeda americana.
Fonte: O Económico