O sector injectou cerca de 1,2 mil milhões de rands na economia do Cabo Ocidental no último ano fiscal, prevendo-se que cerca de 90 000 passageiros e 38 000 tripulantes desembarquem no ano em curso.
Pela primeira vez na história, na sexta-feira, 12/04, dois dos mais famosos navios de cruzeiro do mundo – o Queen Mary 2 e o Queen Victoria – atracaram no porto da Cidade do Cabo ao mesmo tempo.
O Queen Mary, que concluía uma viagem de 30 dias a partir de Hong Kong, estava a efetuar uma escala na Cidade Mãe. Esta escala incluía o desembarque e o embarque de passageiros para a sua próxima viagem para Nova Iorque, nos EUA.
O Queen Victoria fez uma breve escala antes de prosseguir para Walvis Bay, na Namíbia.
A zona inclui actualmente um mercado alimentar com restaurantes e cafés, uma pequena destilaria de gin artesanal e uma fábrica de cerveja.
Risco do Mar Vermelho
Os portos sul-africanos estão actualmente a beneficiar do facto de os navios evitarem o Mar Vermelho, uma vez que os rebeldes Houthi, baseados no Iémen, têm como alvo navios de contentores, cruzeiros e outros navios que normalmente utilizariam o Canal do Suez para aceder ou regressar à Europa.
O MSC Virtuosa – o maior navio de cruzeiro a atracar num porto sul-africano – fez recentemente escala no Terminal de Cruzeiros Nelson Mandela, no Porto de Durban, para reabastecer e abastecer-se como parte da sua viagem de regresso à Europa, depois de ter sido desviado para evitar riscos no Mar Vermelho.
Wesgro, a agência oficial de promoção do turismo, comércio e investimento para a Cidade do Cabo e o Cabo Ocidental, estimou em um relatório que a indústria de cruzeiros tem contribuído significativamente para a economia da província, gerando cerca de R1,2 bilhões na temporada 2022/23.
Embora os passageiros dos navios de cruzeiro não gastem necessariamente montantes significativos em alojamento e hospitalidade quando desembarcam, uma vez que as suas viagens incluem frequentemente todas as refeições e dormem no navio, os benefícios são colhidos a longo prazo.
Turistas que regressam
A investigação mostra que 63% dos passageiros de cruzeiros regressaram a um destino que visitaram pela primeira vez num navio de cruzeiro.
“Isto é importante para o Cabo Ocidental. Este turismo repetido pode aumentar gradualmente ao longo do tempo, à medida que os visitantes internacionais são apresentados ao Western Cape e se tornam visitantes regulares”, afirma Wrenelle Stander, Directora Executiva da Wesgro.
A taxa de câmbio favorável do rand em relação ao dólar, ao euro e à libra esterlina significa que os passageiros que desembarcam não têm vergonha de gastar dinheiro em restaurantes e centros comerciais da Cidade Mãe.
Estima-se que seja criado um emprego a tempo inteiro na província por cada 30 passageiros de cruzeiros que chegam.
“A atual época de 2023/24 conta com 65 visitas confirmadas de navios. Com 90 000 passageiros previstos para a época de 2023/24, sabemos que só nesta época foram criados cerca de 3 000 novos postos de trabalho permanentes”, afirmou Mireille Wenger, Ministra das Finanças e do Desenvolvimento Económico do Cabo Ocidental.
A Moneyweb fez parte de uma visita de imprensa ao Queen Mary 2 na sexta-feira. O impressionante navio de cruzeiro tem 13 andares e pode transportar cerca de 2 700 passageiros. Com 330 metros de comprimento e 67 metros de altura, o navio possui oito restaurantes, um clube noturno, um teatro com capacidade para 1 000 pessoas e dois conveses abertos, ambos com piscinas e banheiras de hidromassagem.
O Queen Mary 2 conta com cerca de 400 sul-africanos na sua tripulação.
Fonte: O Económico
