A candidatura de Venâncio Mondlane acusa o presidente do partido Podemos de estar a violar o acordo coligatório, assinado na véspera do processo eleitoral de 2024. Mondlane diz que não era suposto que Albino Forquilha anunciasse a tomada de posse dos 43 deputados eleitos pelo partido.
Os abraços e fogos de artifício estão a ser substituídos por contradições. Depois dos pronunciamentos do Presidente do PODEMOS, no dia 24 de Dezembro de 2024, sobre a tomada de posse dos deputados daquele partido na Assembleia da República, a equipa de Venâncio Mondlane emitiu uma missiva, na qual acusa Albino Forquilha de estar a violar o acordo de 21 de Agosto de 2024.
“Estando, o estimável Albino Forquilha, Presidente do Partido, numa série de pronunciamentos públicos e políticos, que vão na contra-mão do acordo, urge alertar, ao Povo Moçambicano, e aos demais destinatários, que tais decisões, pronunciamentos públicos, acordos e negociações são nulos e de nenhum efeito, por violar o espírito e letra do acordo supracitado”.
Acordo esse que está em segredo dos deuses. Ainda assim, as acusações são públicas.
“Foram feitos titânicos esforços de o demover desse descaminho contratual e político, entre contactos interpessoais, reuniões, escritos, etc., todavia, para a tristeza de VM7, redundaram em insucesso. Aliás, umas das mais recentes fendas, foi a infeliz e, politicamente, irregular decisão de Tomada de Posse de Deputados do PODEMOS, um acto que ofende, profundamente, a moral, a ética e os interesses do Povo moçambicano que votou na dupla VM7/PODEMOS na confiança de que achara seus interlocutores diferenciados”.
Sendo o acordo secreto, Mondlane explica o porquê de recorrer ao espaço público para discutir o que mais ninguém entende, senão os interessados.
“Porque esgotados todos meios velados, na esperança de que seja o instrumento que, finalmente, catalisará o ilustre Presidente Albino Forquilha, a abster-se de praticar actos que, sua actual condição, por força do Acordo Político Coligatório, o inibem, por ilegitimidade”.
Este jornal contactou a direcção do PODEMOS que disse que vai fazer esclarecimentos ao longo da semana, mas a garantia de tomada de posse mantém-se.