O lateral do P. Ferreira foi alvo de insultos graves por parte de um indivíduo frustrado, que em nada representa o verdadeiro espírito do adepto; é preciso parar, pensar, mas sobretudo agir; ‘Estádio do Bolhão’ é o espaço de opinião semanal do jornalista Pascoal Sousa
Aos 37 anos, Antunes é um exemplo de dedicação e profissionalismo. Desde os primeiros pontapés no Freamunde até ao reconhecimento internacional, foi no Paços de Ferreira que encontrou a plataforma para brilhar. Representou a Seleção Nacional em 13 ocasiões e trouxe milhões de euros aos cofres do clube em transferências para a Roma e Málaga. Mais recentemente, no Sporting, apesar da utilização limitada, conquistou o respeito de Ruben Amorim e dos adeptos pelo seu compromisso inabalável. E foi a chorar que se despediu de Alvalade.
No passado domingo, durante o jogo frente ao Académico de Viseu, assistimos a um momento lamentável. Antunes voltou a chorar, mas pelos piores motivos. Ao intervalo, foi alvo de insultos graves por parte de um indivíduo frustrado, que em nada representa o verdadeiro espírito do adepto. O impacto foi tal que o capitão, visivelmente abalado, não quis regressar para a segunda parte. Foi preciso o apoio incondicional dos seus colegas e treinador para o reerguer, demonstrando que a solidariedade e o espírito de equipa são sempre mais fortes do que o ódio.
O Paços de Ferreira acabou por vencer por 4-3, e Antunes celebrou efusivamente com os verdadeiros adeptos – aqueles que reconhecem a humanidade dos jogadores, que sabem que estes carregam não só o peso do símbolo do clube, mas também as suas próprias emoções, responsabilidades e histórias de vida.
Este episódio tem de servir de alerta. Insultos e comportamentos tóxicos como os que presenciámos afastam famílias, crianças e verdadeiros amantes do futebol dos estádios. É urgente repensarmos como vivemos o futebol e tomarmos medidas concretas para erradicar atitudes rasteiras que apenas mancham a essência do jogo.
Fonte: A Bola