O empresário Víctor Font, principal opositor ao presidente do Barcelona, Joan Laporta, afirmou nesta quinta-feira que atualmente o clube azul-grená “não pode fazer a contratação de Nico Williams”.
Font fez essa declaração ao ‘The Athletic’, onde admitiu concordar com a necessidade de contratar o atacante do Athletic Club, mas ressaltou que a realidade econômica culé é outra.
“Gostaria que pudéssemos contratar Nico Williams, pois é o que precisamos. O presidente disse que é possível, mas isso não é verdade. Hoje, não é possível. Esperamos que seja possível amanhã, ou depois de amanhã. Mas hoje, não é”, insistiu.
Sobre a situação financeira do Barça, Font enfatiza que está “pior agora do que quando Laporta chegou”, pois o clube tem “mais dívidas, menos ativos e ainda não estamos gerando lucros para pagar a dívida e proteger nosso modelo de sócios (o que significa que os sócios são os donos do clube)”.
Font foi ainda mais explícito: “(Josep Maria) Bartomeu – o presidente anterior – empurrou tanto a situação com a barriga, que sobrou para a atual diretoria resolver o problema. Agora estão fazendo o mesmo, empurrando com a barriga o máximo que podem.”
Font classificou o projeto Barça Studios – o plano idealizado por Laporta em 2022 para vender uma participação nas receitas futuras de mídia do clube para arrecadar fundos, a maioria dos quais nunca chegou – como um fracasso.
Ele insiste que, por esse motivo, o clube gerou um déficit de cem milhões de euros nas contas do Barça na temporada passada, não podendo assim inscrever jogadores devido ao não cumprimento do ‘fair play’ financeiro da LaLiga.
Por isso, a diretoria de Laporta está explorando um novo contrato com a Nike, que melhore o atual: “Se você acha que, após ameaçar a Nike e tratá-los mal, eles não vão ser rigorosos nas negociações, você não entende como funciona o mundo corporativo nos Estados Unidos. Todos estamos esperando que Laporta e sua diretoria improvisem novamente de última hora”, insistiu.
“Com a Nike, espero que não aceitemos condições que hipotecam nosso futuro. Com o Barça Studios, esperamos que não haja mais operações estranhas que não agreguem valor a médio e longo prazo”, afirmou.
Outro problema do Barcelona, segundo Font, é seu frouxo modelo de governança, que remonta aos presidentes anteriores Bartomeu, Sandro Rosell, Laporta em seu primeiro período, Joan Gaspart e até mesmo Josep Lluís Núñez.
Ele cita como exemplo os pagamentos totais de 7,3 milhões de euros feitos pelo Barça ao vice-presidente dos árbitros José María Enríquez Negreira entre 2001 e 2018.
“Ninguém pode dizer que o Barça se beneficiou da ajuda dos árbitros, mas alguém precisa explicar o que aconteceu ali. O clube precisa de mecanismos de controle profissionais, para que coisas como Negreira não aconteçam”, afirmou.
Fonte: Besoccer