Durante o 49º Conselho Consultivo do Banco de Moçambique, realizado nesta sexta-feira, o Governador Rogério Zandamela apresentou um panorama positivo sobre a economia nacional, destacando a resiliência do País frente aos desafios recentes. O Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique registou uma expansão de 4,5% no segundo trimestre deste ano, impulsionado principalmente pelo desempenho da indústria extractiva. A inflação também demonstrou uma tendência de desaceleração, fixando-se em 2,5% no passado mês de Setembro, comparada aos 5% registados em Dezembro do ano anterior.
Zandamela salientou que o Banco Central já havia antecipado os riscos decorrentes das manifestações pós-eleitorais, que tiveram início no passado dia 21 de Outubro e trouxeram consigo um ambiente de incerteza económica. “Não é uma coisa nova para o Banco de Moçambique. Temos estado a acompanhar o que está a acontecer no nosso sistema”, afirmou o Governador, explicando que as projecções económicas foram ajustadas para contemplar as incertezas associadas ao actual momento político. Apesar das turbulências, Zandamela expressou confiança quanto às perspectivas económicas para o país, assegurando que o Banco de Moçambique está preparado para enfrentar os desafios e manter a estabilidade do sistema financeiro.
Outro ponto de destaque no Conselho Consultivo foi a questão do transporte público na área metropolitana de Maputo, tema central da reunião deste ano. Embora o Banco de Moçambique não actue directamente no sector dos transportes, Zandamela sublinhou a importância de promover discussões sobre problemas que afectam directamente a mobilidade e a qualidade de vida da população urbana. “É preciso perceber o que está a falhar, e é isto que vamos debater”, declarou o Governador. Com uma abordagem colaborativa, espera-se encontrar soluções práticas para melhorar o sistema de transporte na capital, reduzindo os tempos de espera e aumentando a segurança rodoviária.
No início do evento, Rogério Zandamela lamentou as perdas de vidas humanas e os danos materiais resultantes das recentes manifestações. A situação política e social tensa reflecte o descontentamento popular face ao processo eleitoral, e o Banco de Moçambique, ainda que focado em temas económicos, manifestou solidariedade para com as famílias afectadas.
Para o futuro, o Banco de Moçambique mantém-se vigilante, ajustando as suas políticas de forma a assegurar que a economia continue num caminho de crescimento sustentável, mesmo em face das incertezas políticas e dos desafios que impactam directamente o cidadão comum, como as dificuldades no transporte público. O Conselho Consultivo reafirmou o compromisso do Banco em trabalhar de forma integrada com outras instituições para promover uma economia estável e em crescimento, ao mesmo tempo que considera temas que vão para além do seu âmbito financeiro, reconhecendo a importância da mobilidade urbana para o bem-estar da população da capital.
Fonte: O Económico