Milhões de razões para o ‘disparate’ de Ancelotti

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O treinador do Real Madrid não é tolo nem ingénuo. Terá sido tudo um aviso ou uma forma de pressionar a FIFA?

Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, em declarações ao Il Giornale, que depois disse terem sido mal interpretadas

Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, causou ondas de choque na segunda-feira, quando foi publicada entrevista ao Il Giornale em que garantia que o clube espanhol tinha recusado participar na edição inaugural (em 2025) do novo Mundial de Clubes – 32 equipas das seis confederações e os finalistas a terem de fazer sete jogos.

Que treinadores e jogadores estão contra a prova, que estenderá a competição até meio de julho, todos o sabíamos. Daí até anunciar a recusa do próprio clube vai um passo demasiado grande…

Sem surpresa, o Real Madrid desmentiu o treinador poucas horas depois, e o próprio Ancelotti fez a marcha-atrás habitual, a dizer que foi mal interpretado (o jornalista que o entrevistou garante que disse textualmente a frase que reproduzo acima). Mas o italiano não é ingénuo nem tolo. Ou no Real Madrid lhe garantiram que o clube não participaria na competição, mas aí a reação dele teria sido certamente outra, ou tudo não passa de aviso e/ou forma de pressão.

Porque uma parte da declaração de Ancelotti que passou despercebida foi de que cada jogo do Real valeria 20 milhões de euros. Não vale, nem de longe. Mas é verdade que, quando anunciou a prova, a FIFA fez saber (sem o assumir publicamente) que estariam em cima da mesa, como prémio de participação, 50 milhões para cada clube. Só que ainda nem vendeu os direitos de TV. Se esse prémio baixou para 20, não surpreende a contestação. Ou que Ancelotti tenha entrado no jogo. Teria milhões de razões.

Fonte: A Bola

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