Os preços do petróleo mantiveram-se nos níveis mais baixos em um mês nesta terça-feira, 30/10, com os mercados focados em possíveis mudanças na oferta global e no desenrolar de negociações diplomáticas no Oriente Médio. Os contratos futuros de Brent subiram 0,5%, chegando a $71,50 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) aumentou 0,6%, alcançando $67,64 por barril.
Essa leve recuperação ocorre após uma queda nos preços nas duas últimas sessões, em meio a sinais de um possível acordo de cessar-fogo entre Israel e Hezbollah. Segundo fontes do Axios, o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estaria em negociações com autoridades para explorar uma solução diplomática para o conflito com o grupo libanês. Um cessar-fogo poderia ser alcançado nas próximas semanas, reduzindo o risco de uma escalada de violência que impactasse a produção de petróleo na região.
Oferta da OPEP+ em foco
Outro ponto de atenção dos mercados é o plano da OPEP+ de aumentar a produção em 180.000 barris por dia a partir de Dezembro, após sucessivas reduções ao longo do ano que totalizaram 5,86 milhões de barris diários, cerca de 5,7% da demanda global de petróleo. A mudança traz novas perspectivas de oferta para o mercado, que também monitora sinais de demanda enfraquecida, especialmente na China. Segundo analistas da ANZ, o aumento da oferta pela OPEP+ deverá ser um ponto-chave nos preços futuros do petróleo, com possíveis pressões de baixa caso a demanda continue fraca.
Stocks dos EUA surpreende mercados
Dados do American Petroleum Institute (API) indicaram uma queda inesperada de 573.000 barris nos stocks de petróleo bruto dos EUA na última semana. As reservas de gasolina e destilados também caíram, com uma redução de 282.000 barris e 1,46 milhões de barris, respectivamente. Essa baixa nos stocks contraria as previsões de analistas, que esperavam um aumento de 2,2 milhões de barris no petróleo bruto.
Apesar da leve alta nos preços, a ausência de catalisadores que sustentem um crescimento mais significativo mantém o mercado cauteloso. Segundo Yeap Jun Rong, estrategista da IG, a perspectiva de um acordo de paz no Oriente Médio reduz o risco de interrupções significativas na oferta, enquanto o aumento programado pela OPEP+ limita os ganhos.
Fonte: O Económico
