Até 2050, países emergentes e em desenvolvimento terão 1,2 bilhão de jovens em idade produtiva. Um terço deste total estará na África Subsaariana.
Segundo o Banco Mundial, o maior desafio é encontrar postos de trabalho para todos. As previsões do Banco apontam para a criação de apenas 400 milhões de empregos deixando um déficit na geração de 800 milhões de vagas.
Falta de qualidade no ensino
Preocupado com o que considera uma crise anunciada, o órgão internacional formou um conselho de alto nível para estudar oportunidades. Convidou para conselheiros a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, e o atual presidente de Singapura, Tharman Shanmugaratnam.
Para o chefe de Estado singapurense, a falta de qualidade no ensino, em muitas partes do mundo, é um sério desafio.
Ele contou que em muitas partes do mundo, metade das crianças em idades escolar estão três anos atrasadas em comparação à sua série atual. Um aluno na 5ª. série não consegue ler um texto simples em sua língua materna ou ter as noções de aritmética que deveria ter.
Já a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, fala de desigualdade de gênero, e diz que o ingresso no mercado de trabalho se faz mais difícil para mulheres.
Disparidades
Segundo Bachelet, as mulheres são as que mais sofrem em casos de subempregos, empregos informais e desemprego. Para ela, existe claramente uma dimensão de gênero que impede o acesso de todos ao mercado de trabalho.
A ex-presidente do Chile cita ainda ações para melhorar as habilidades de pessoas que não têm o conhecimento necessário ou que não passaram por um sistema de educação de qualidade.
Para o Banco Mundial, a resposta está em formular ações que possam gerar os postos de trabalho e colocar todas as partes à mesma mesa.
Medidas a serem tomadas
O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, diz que a instituição tem muito a contribuir para a solução ao entender o setor público, o setor privado e como as políticas públicas podem ser aplicadas para criar as respostas.
A discussão do Conselho de Alto Nível ocorreu às margens do Encontro Anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Washington. A mesa redonda foi apresentada a uma plateia formada por jovens e estudantes.
A Organização Internacional do Trabalho, OIT, informa que em 2023, havia 65 milhões de jovens desempregados. O total que não estava trabalhando nem estudando era de 20,4% e as mulheres tinham duas vezes mais chance de se encontrar nessa situação que os homens na mesma idade.
Até 2050, o Banco Mundial quer ajudar a criar empregos que levem dignidade e propósito para a juventude.
Fonte: ONU