Insegurança alimentar em Moçambique: Estudo aponta desafios pós-colheita com impacto do El Niño

0
9

De acordo com o jornal “Notícias”, o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) de Moçambique está a finalizar um estudo para avaliar a disponibilidade alimentar após a campanha agrícola de 2023/24. Este levantamento surge em resposta aos efeitos do fenómeno El Niño, que trouxe uma redução significativa nas chuvas, afectando negativamente a produção agrícola em várias regiões do país. 

O estudo tem como objectivo identificar áreas onde a insegurança alimentar é mais crítica, fornecendo ao Governo dados essenciais para implementar medidas que previnam episódios de fome. A pesquisa analisa informações recolhidas junto de pequenos produtores e comerciantes e sucede um levantamento anterior (2022-2023), que indicou uma melhoria na segurança alimentar, com uma redução de 13% para 10% na taxa de insegurança alimentar aguda.

Apesar dos avanços, mais de 2,8 milhões de moçambicanos continuam a enfrentar privação alimentar grave, com cerca de 5% em situação de emergência, especialmente na província de Cabo Delgado. Adicionalmente, 144.270 crianças entre seis e 59 meses e 23.158 mulheres grávidas e lactantes enfrentam desnutrição aguda, destacando a urgência de respostas sustentáveis.

Para enfrentar esses desafios, o Governo aprovou a III Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que inclui a criação de Conselhos Distritais para promover a implementação descentralizada da política. Segundo o “Notícias”, esta pesquisa visa fortalecer as bases para soluções de longo prazo, com o III Estudo de Base sobre Segurança Alimentar e Nutricional, previsto ainda para este ano, a recolher dados mais aprofundados sobre a insegurança alimentar e a desnutrição crónica em Moçambique. A pesquisa surge na sequência de um estudo anterior (2022-2023) que indicou um progresso na segurança alimentar, com a taxa de insegurança alimentar aguda a diminuir de 13% para 10% da população. No entanto, cerca de 2,8 milhões de pessoas ainda enfrentam dificuldades alimentares graves, incluindo 5% em estado de emergência, sendo Cabo Delgado a província mais afetada. 

Para além dos desafios de disponibilidade alimentar, o estudo revelou que 144.270 crianças entre seis e 59 meses e 23.158 mulheres grávidas e lactantes sofrem de desnutrição aguda. Em resposta, o Governo lançou a III Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que prevê a criação de Conselhos Distritais para fortalecer a implementação da política alimentar em todo o território.

Este diagnóstico visa preparar o terreno para soluções a longo prazo. O III Estudo de Base sobre Segurança Alimentar e Nutricional, previsto para este ano, deverá fornecer dados mais precisos sobre os níveis de insegurança alimentar e de desnutrição crónica no país, destacando os esforços contínuos de Moçambique para enfrentar os desafios da segurança alimentar em tempos de instabilidade climática.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui