A plataforma flutuante de gás natural liquefeito (FLNG) Coral Sul, operada pela gigante italiana Eni, alcançou um importante marco na produção de GNL para Moçambique. A plataforma, ancorada em águas ultra-profundas na província de Cabo Delgado, tem exportado GNL semanalmente e realizou, desde o início das operações em Outubro de 2022, um total de 75 embarques de GNL e 11 de condensado. Com uma capacidade de produção diária de aproximadamente 24.000 metros cúbicos de GNL, a Coral Sul FLNG permite um carregamento de GNL por semana e um de condensado a cada dois meses.
Recentemente, a Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Ludovina Bernardo, visitou a plataforma para acompanhar de perto o desempenho e os impactos do projecto. Durante a visita, a PCA percorreu os compartimentos da unidade, que possui impressionantes 413 metros de comprimento e mais de 60 metros de largura. Após a visita guiada, Ludovina Bernardo participou de uma apresentação sobre o desempenho do projecto, que registou um recorde de produção diária de 25.013 metros cúbicos de GNL em Agosto de 2024.
Impacto económico e desenvolvimento de Conteúdo Local
Ludovina Bernardo destacou a importância do projecto para a economia moçambicana, sublinhando o papel do empreendimento na atracção de investimentos estruturantes com impacto multiplicador para o País. Ela enfatizou a presença de jovens moçambicanos na operação da plataforma, resultado directo dos investimentos em capacitação e formação de mão-de-obra local. Segundo Bernardo, a presença de moçambicanos a bordo demonstra que o País está a colher os frutos do desenvolvimento de talentos locais e do engajamento com o conteúdo local.
“A presença de jovens moçambicanos neste empreendimento faz-nos compreender que estamos a colher os resultados da formação da mão-de-obra nacional. Este projecto comprova a capacidade de Moçambique para atrair investimentos estruturantes e promover um impacto positivo e multiplicador na nossa economia,” afirmou Bernardo.
Além disso, a PCA destacou a importância de envolver as empresas locais nos grandes projectos de gás, salientando que é fundamental que os operadores entendam o valor do conteúdo local e da participação de empresas moçambicanas em projetos dessa escala.
Parceria Estratégica e perspectivas de expansão
O empreendimento Coral Sul FLNG é operado pela Eni em nome da Mozambique Rovuma Venture (MRV), um consórcio que inclui a ExxonMobil e a China National Petroleum Corporation (CNPC), que detém 70% de participação. Os restantes 30% estão distribuídos igualmente entre a ENH, a portuguesa Galp e a sul-coreana Kogas, cada uma com 10%. Recentemente, a Galp cedeu parte de sua participação à ADNOC, reforçando a colaboração internacional no projecto.
O projecto Coral Sul FLNG é parte de um plano de desenvolvimento maior que inclui o futuro Coral North FLNG e a planta onshore Rovuma LNG, ambos com capacidade planeada de 3,5 milhões de toneladas anuais de GNL. A expansão desses projectos está prevista para 2024/25, e os preparativos já começaram com a assinatura de contratos de engenharia (FEED) com empresas de renome global, como a JGC Holdings Corporation e Technip Energies, e um consórcio formado por McDermott e Saipem.
Fonte: O Económico
