O troço da estrada entre “Bananeiras” e “Nó da Machava”, recentemente reabilitado pela Administração Nacional de Estradas, está novamente degradado. Em menos de um mês após a sua reabilitação, os 300 metros feitos pelos empreiteiros da Construções Karina, empresa contratada pela ANE, já têm buracos, depressões e rachas.Os automobilistas criticam o empreiteiro e o Município da Matola e dizem que os 25 dias de reabilitação da estrada foram “uma sabotagem”.Num prazo para a conclusão e entrega em 10 dias, a Administração Nacional de Estradas (ANE), iniciou no dia 11 de maio do ano em curso, as obras de intervenção de emergência no Nó da Machava. O objectivo era eliminar os buracos e as rachas que dificultavam a transitabilidade pela avenida Eduardo Mondlane, no município da Matola.Findo o prazo, para a decepção dos automobilistas, as obras entregues à empresa Construções Karina, falharam e foram necessários mais 15 dias. Assim, ao todo foram necessários 25 dias, um atraso que o município garantiu que seria justificado por uma estrada mais resiliente.Espantosamente, a “nova” estrada também levou mais ou menos de 25 dias para reprovar no seu teste de “resiliência”. Os utentes voltam a queixar-se de novos buracos e depressões.“Isto é uma sabotagem, é inconcebível todo esse tempo que levaram para esta estrada voltar a ter depressões. Não parece que houve obras de reabilitação”, criticou um utente.Dos utentes, as lamentações são as mesmas. “Quando entregaram a estrada nós sentimos que tudo estava resolvido mas agora que estamos nesta lamentável situação”.O único alívio por parte dos transportadores de passageiros é a estrada foi reaberta e não precisam mais usar as ruas do bairro trevo para atravessar o Nó da Machava.Apesar de um certo alívio pela retoma do uso da via, os utentes lamentaram o tempo de execução das obras que no seu entender não serviu para melhorar “em nada”. “A culpa é do empreiteiro, colocou uma camada muito curta sendo que daqui passam camiões de grande tonelagem. Deviam rever a qualidade do material que usam”, aconselhou outro utente. Dady Mendes, delegado da ANE, garantiu que o trabalho feito é de qualidade.“O empreiteiro fez a construção de acordo com as regras. Quando fizemos a intervenção colocamos drenagens laterais que baixaram o nível mas a água voltou a subir e é um fenómeno que dificilmente conseguimos controlar. Quando temos um nível freático alto e temos a circulação de água, naturalmente que isto pode acontecer. Não se trata de nehuma falha de execução, é um fenómeno natural em pavimentos que estão em níveis elevados”.O “O País” procurou, sem sucesso, ouvir a versão dos responsáveis da Construções Karina.A empresa Construções Karina, Lda. tornou-se popular em 2023, após ganhar um concurso por ajuste directo com adjudicação de 609 772 127,58 Meticais para obras de reparação de emergência na Estrada Nacional (EN1), no troço Nhamapaza–Caia, numa extensão total de 115 Km e a extensão de intervenção era de 37 quilómetros.A adjudicação foi bastante contestada pela sociedade civil, que questionava o porquê de não se ter optado pela construção de raiz que se pretendia fazer a partir do segundo semestre daquele ano, conforme garantiu, na altura, o ministro das Obras Públicas, Carlos Mesquita.
Fonte:O País