A Albânia, do brasileiro Sylvinho, deixa a velha guarda croata às portas da aposentadoria

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Tudo tem seu fim. O tempo costuma colocar em seu lugar até os jogadores e equipes mais históricos. É um juiz inexorável, pois não tem piedade de ninguém. A nível de Seleções, muitas já experimentaram seu veredicto de maneira abrupta: França em 2010, Espanha em 2014 ou Alemanha em 2018, por mencionar exemplos recentes.

Nesta Eurocopa 2024, parece que é a vez da Seleção da Croácia – que esteve perto da glória na Rússia, em 2018 e no Catar, em 2022 – ser julgada. Ainda está à espera da resolução (dependendo do que acontecer entre Espanha e Itália e seu confronto contra a ‘Azzurra’), mas seu caso parece sentenciado. A Espanha já a colocou em uma situação difícil com o 3 a 0 na estreia e agora a Albânia, com um 2 a 2, se encarregou de fechar a porta – embora não tenha trancado a chave.

A Albânia tinha um plano… e deu certo

Os croatas chegaram necessitados de vitória, após suas más sensações na estreia contra ‘la Roja’. Uma pressão aumentada pelo fato de se apresentarem no Volksparkstadion, de Hamburgo, como claros favoritos diante de seus vizinhos albaneses. O peso da partida devia recair sobre o time, um presente para os pupilos de Sylvinho.

Os albaneses, dirigidos pelo ex-jogador do Barcelona e Manchester City, começaram muito organizados e à espera do seu momento, não dando nenhuma facilidade a uma Croácia apagada, lenta e que circulava a bola de maneira inofensiva. Modric se oferecia como farol para guiar o jogo dos compatriotas, mas nem o jogador do Real Madrid, nem seus companheiros, pareciam estar inspirados.

Quem teve a audácia de dar um golpe certeiro no jogo, foi Qazim Laçi. Chegando por trás, rompendo linhas e de cabeça, o jogador albanês surpreendeu a zaga croata e Livakovic para, com um cabeceio certeiro para baixo após um cruzamento da direita, colocar o 1 a 0 no placar, na primeira chegada da Albânia.

Assim como contra a Itália, os albaneses marcaram primeiro, mas desta vez com a lição aprendida. Se contra a ‘Azzurra’ recuaram e se fecharam em excesso, a Croácia perdeu o respeito e continuou com seu plano. Bem posicionados e causando dano cada vez que tinham a bola, os albaneses romperam, durante muitos minutos, o script do domínio croata e se mostraram como o melhor time em campo.

Strakosha foi um mero espectador durante o primeiro tempo. Por outro lado, na outra meta, Livakovic se via muito exigido cada vez que a Albânia se aproximava das imediações de sua área e apenas sua boa atuação evitou que o rival ampliasse a vantagem antes do intervalo. Aos 30 minutos, o goleiro evitou o 2 a 0 de Asllani em um mano a mano, enquanto uma grande defesa impediu que Rey Manaj comemorasse o segundo, na última ação perigosa do primeiro tempo.

Budimir dá uma vida extra, Gjasula a tira

Sem nada a perder e obrigada a virar o jogo, a Croácia voltou do intervalo com mais intensidade. A conversa de Dalic, que introduziu Sucic e Pasalic no lugar dos desaparecidos Majer e Brozovic, surtiu efeito e desde o primeiro momento, a partida mudou. Os croatas buscavam e conseguiam ser mais incisivos, enquanto os albaneses quase não conseguiam manter a bola em seu poder.

Apesar da vantagem no placar, o passar dos minutos prejudicava a Albânia cujo tanque de combustível estava na reserva durante o primeiro quarto de hora do segundo tempo. O time recuava cada vez mais e a acumulação de homens na área e na frente começava a ser o habitual para afastar os ataques croatas.

A Croácia tentava através de cruzamentos, gerando algum problema a Strakosha, mas faltava um plus para poder equilibrar o duelo. Foi então que Dalic decidiu colocar em campo Ante Budimir, que mudou completamente o curso do jogo.

O jogador do Osasuna, com seus 1,90 m de altura, foi uma referência no meio da zaga albanesa e de seus pés nasceram, em questão de alguns minutos, os gols que devolviam a esperança aos croatas. Primeiro, com uma assistência após uma condução de Kovacic pelo corredor central. Kramaric, o receptor da mesma na área, aproveitou-a com um corte e um chute direto para marcar o 1 a 1. Depois, com uma dose de fé para disputar uma bola perdida na linha de fundo que acabou nos pés de Sucic e, posteriormente, no fundo da rede por obra e graça de Gjasula (ele não queria).

Com 2 a 1 e pouco mais de 15 minutos pela frente, o mais difícil estava feito. Faltava ver se a Croácia daria um passo atrás ou manteria o plano mostrado na segunda metade. Por vontade própria ou não, é verdade que os croatas terminaram por ceder alguns metros pelo impulso de uma Albânia que, apesar dos golpes, avançou com mais coração do que pernas, vendo-se quase eliminada.

Seu impulso fez com que Livakovic tivesse que se destacar novamente para evitar o empate aos 90 minutos. Um susto passageiro que se converteu em puro terror para os croatas quando, minutos depois, quase na última ação, um mau desvio de Sutalo acabou com Gjasula, autor involuntário do 2 a 1, colocando no placar um 2 a 2 que deixa a Albânia viva, mas com um pé e meio fora da Euro, e os jogadores Modric, Brozovic, Perisic e companhia, membros da melhor Croácia da história, às portas de uma eliminação inesperada e dolorosa.

Fonte: Besoccer

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