O mercado global de petróleo está em um período de alta volatilidade, impulsionado pelas tensões crescentes entre Israel e o Irão. Após ataques com mísseis do Irão e ameaças de retaliação por parte de Israel, os preços do petróleo subiram rapidamente. O Brent atingiu US$ 77 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) ultrapassou US$ 73, ambos os níveis mais altos desde Setembro de 2024.
A possibilidade de Israel atacar a infraestrutura de petróleo do Irão preocupa os mercados, já que o Irão é um dos maiores produtores mundiais de petróleo, com uma produção diária de aproximadamente 3 milhões de barris. Caso um ataque desse tipo ocorra, o impacto nas cadeias de abastecimento globais pode ser significativo, gerando uma alta ainda maior nos preços.
Paralelamente, os stocks de petróleo nos Estados Unidos aumentaram em 3,9 milhões de barris, o que, de certa forma, ajudou a conter um aumento maior nos preços a curto prazo. Mesmo com essa alta, há uma certa estabilidade global, já que a OPEC+ está a aumentar a produção gradualmente, o que também contribui para atenuar as pressões de preços mais severas.
A incerteza geopolítica continua a ser um dos principais factores de risco, com investidores a monitorar de perto a escalada das tensões no Oriente Médio, que podem afetar não apenas o preço do petróleo, mas também as infraestruturas energéticas críticas na região.
Se o conflito se expandir e houver impactos directos no fornecimento de petróleo, principalmente via estreito de Ormuz, um dos pontos de passagem mais estratégicos para o transporte de petróleo, os mercados globais poderão enfrentar uma maior pressão.
Esse cenário ressalta a natureza delicada do mercado energético, especialmente diante de conflitos geopolíticos, e como esses eventos podem rapidamente modificar o equilíbrio entre oferta e demanda global de petróleo.
Fonte: O Económico