Arbitragem apenas razoável do austríaco
Christian-Petri Ciochirca viajou até Lisboa para dirigir o particular que colocou frente a frente a seleção portuguesa à congénere finlandesa. O internacional austríaco, nascido na Roménia, recebeu a colaboração do compatriota Alan Kijas (desempenhou a função de videoárbitro).
Ciochirca é um jovem que mostrou alguma qualidade, mantendo postura pedagógica e dialogante durante o jogo. Talvez por tratar-se de um “amigável”, o austríaco procurou não recorrer aos cartões, em atitude recorrente neste tipo de partidas.
O 4.° árbitro foi o português Bruno Costa, da AF Viana do Castelo.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
17′ Rúben Dias marcou o primeiro de Portugal na sequência de pontapé de canto executado por Vitinha. Lance bem validado.
30′ Rafael Leão caiu na área adversária após disputa de bola com Alho e depois Jensen. Com o primeiro houve marcação mútua com recurso a braços, aparentemente dentro da legalidade; com o segundo tentativa em ganhar o lance ao nível do relvado. Também aí ficou a ideia de ter havido disputa leal. Na falta de mais imagens, é justo aceitar como boa a decisão tomada em campo.
44′ Apesar da natureza do jogo, a entrada de Niskanen sobre Francisco Conceição foi negligente e justificava o primeiro amarelo da partida. O austríaco fez a tal leitura ampla, optando pelo aviso em vez do cartão. A etapa inicial terminou pouco depois (foi concedido um minuto de descontos).
45+1′ Francisco Conceição ainda esboçou pedido de penálti (por alegado braço na bola de Niskanen), mas o desvio do defesa foi com a perna direita. Tudo certo na área finlandesa.
45+1′ Inicialmente a infração (assinalada fora da área da Finlândia) pareceu não existir porque o toque ao nível dos braços não terá sido suficiente para derrubar Francisco Conceição. Mas a verdade é que o contacto faltoso foi cometido ao nível dos pés (esquerdo do defensor no esquerdo do português). O toque na passada, que aconteceu bem dentro da área forasteira, desequilibrou e fez cair o avançado da seleção nacional. Intervenção oportuna do VAR. Pontapé de penálti bem assinalado.
47′ O remate em jeito de João Cancelo não foi desviado pelo braço de Peltola. O árbitro esteve bem ao permitir que o jogo prosseguisse.
56′ Terceiro golo de Portugal, da autoria de Bruno Fernandes. No início da jogada, Diogo Dalot partiu de posição regular, em análise correta do árbitro assistente.
60′ Entrada negligente de Peltola sobre João Cancelo (tacle deslizante no solo) devia ter sido sancionada com advertência. Às vezes a situação corre o risco de escalar para confrontos desnecessários por força da tal opção bondosa dos árbitros nestas partidas. É que essa nem sempre é bem interpretada pelos jogadores. Por acaso, correu bem.
66′ Falta por assinalar de Francisco Conceição sobre Talvitie, já perto da área portuguesa (lado esquerdo do ataque da Finlândia). O árbitro estava perto mas não puniu a infração em termos técnicos.
73′ Pukki marcou o golo inaugural da sua seleção na sequência de desmarcação em que partiu de situação legal (Gonçalo Inácio, à direita, estava a validar a posição do adversário). Lance bem analisado pelo árbitro assistente.
77′ Pukki bisou na partida, fazendo também o segundo dos forasteiros. O avançado voltou a partir de posição regular.
84′ Golo de Portugal, marcado por Bruno Fernandes. O médio português foi servido por Francisco Conceição, que no início da jogada recuperou a posse de bola sem cometer falta sobre o adversário.
90+4′ Walta esticou a perna direita para a frente da trajetória de corrida de Francisco Conceição, que tinha posse de bola e seguia em velocidade. A infração do recém entrado jogador aconteceu ainda fora da área dos visitantes. Novo erro de análise da equipa de arbitragem.
Fonte: A Bola