Os preços do petróleo caíram nesta quinta-feira, 26/09, em reacção à notícia de que a Arábia Saudita está a abandonar sua meta informal de manter o preço do barril de petróleo bruto em 100 dólares, em preparação para aumentar a sua produção. Este movimento pesou sobre o mercado, com o Brent a cair 0,75%, para 72,91 dólares por barril, e o West Texas Intermediate (WTI) a recuar 0,79%, para 69,14 dólares por barril.
Embora no início da sessão houvesse um optimismo, impulsionado por dados que indicavam uma maior procura de combustível nos Estados Unidos e uma redução mais acentuada dos inventários de petróleo do que o esperado, o mercado reagiu de forma mais forte à potencial expansão da oferta saudita. A Administração de Informação de Energia (EIA) dos EUA revelou que a procura de gasolina atingiu mais de 9 milhões de barris por dia na semana passada, enquanto o consumo de destilados superou os 4 milhões de barris por dia.
Além disso, outro factor que tem pressionado os preços é o retorno potencial do **petróleo líbio ao mercado. Delegados das facções rivais da Líbia chegaram a um acordo sobre a nomeação de um novo governador do banco central, o que pode desbloquear o impasse sobre o controlo das receitas petrolíferas e aumentar as exportações do país.
Embora estes factores aumentem as expectativas de uma maior oferta de petróleo, as incertezas em torno da procura global, especialmente na China, continuam a pesar sobre o mercado. A economia chinesa, uma das maiores consumidoras de petróleo, ainda mostra sinais de fraqueza, apesar das recentes medidas de estímulo fiscal e monetário implementadas para tentar reativar o consumo.
O mercado mantém um olho atento também no cenário geopolítico no Médio Oriente, particularmente com o aumento das tensões entre Israel e o Líbano, que pode resultar numa escalada militar numa região crítica para a produção de petróleo.
Espera-se que, nas próximas semanas, o mercado continue a reagir a uma combinação de fatores, como os relatórios económicos dos EUA e eventos geopolíticos no Médio Oriente, que poderão influenciar tanto a oferta quanto a procura de petróleo a nível global.
Fonte: O Económico