Petróleo deve encerrar a semana em alta após corte de taxas nos EUA

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Os preços do petróleo estão a caminho de terminar a semana em alta pela segunda vez consecutiva, impulsionados por um significativo corte das taxas de juro nos Estados Unidos e pela diminuição dos stocks globais de petróleo. Apesar de terem registado uma ligeira queda nesta sexta-feira, 20/09, a tendência geral foi de valorização ao longo da semana.

Os futuros do Brent, que estavam a ser negociados a US$ 73,62/barril, com uma queda de 26 cêntimos (0,4%) às 05:27 GMT de sexta-feira, ganharam 4,3% ao longo desta semana. Já os futuros do WTI dos Estados Unidos, que estavam em baixa de 15 cêntimos (0,2%), situando-se nos US$71,80/barril, registaram um aumento semanal de 4,8%.

Este aumento acontece após os índices de referência terem recuperado de mínimos quase históricos, atingidos no dia 10 de Setembro, com os preços a registarem ganhos em cinco das últimas sete sessões. A valorização dos preços foi impulsionada pela decisão do Federal Reserve de cortar as taxas de juro em meio ponto percentual, na quarta-feira, 18 de Setembro. Tradicionalmente, cortes nas taxas de juro tendem a estimular a actividade económica e, consequentemente, a aumentar a procura de energia.

Contudo, alguns analistas interpretam os cortes nas taxas como um sinal de fraqueza no mercado de trabalho dos Estados Unidos, o que gerou alguma incerteza. Na quinta-feira, os preços do petróleo subiram mais de 1%, mas perderam parte desse ganho no início da sexta-feira.

Os analistas da ANZ Research afirmaram numa nota que os preços do petróleo têm estado sob pressão nos últimos meses, com receios de uma procura mais fraca devido às políticas monetárias restritivas, que têm limitado a actividade económica. No entanto, a flexibilização da política monetária, com o recente corte das taxas de juro, ajudou a reforçar a confiança de que a economia dos EUA poderá evitar uma desaceleração.

Além disso, os preços do petróleo foram apoiados pela queda nos estoques de petróleo dos Estados Unidos, que atingiram o nível mais baixo do último ano, proporcionando um suporte adicional ao mercado. Analistas do Citi preveem que o défice contra-sazonal do mercado de petróleo, na ordem dos 400.000 barris por dia (bpd), deverá manter os preços do Brent entre US$ 70 e US$75/barril durante o próximo trimestre, embora também indiquem que os preços poderão cair em 2025.

A situação geopolítica no Médio Oriente também contribuiu para o aumento dos preços do petróleo. Tensões envolvendo o grupo armado libanês Hezbollah e alegados ataques coordenados pelo serviço de espionagem israelita, Mossad, geraram receios adicionais de instabilidade na região, o que frequentemente leva a uma pressão ascendente sobre os preços do petróleo.

Por outro lado, o abrandamento da economia chinesa tem colocado algum peso nos preços. A produção das refinarias chinesas desacelerou pelo quinto mês consecutivo em Agosto, e o crescimento da produção industrial do país atingiu o seu nível mais baixo em cinco meses no mesmo período. As vendas a retalho e os preços das novas habitações também registaram uma queda acentuada, contribuindo para as preocupações globais quanto à recuperação da procura por petróleo.

Fonte: O Económico

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