CMH enfrenta desafios, regista lucros de US% 54,7 milhões uma redução de 15,5%

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A Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos (CMH), uma das principais empresas no sector energético de Moçambique, reportou os resultados financeiros auditados do exercício findo a 30 de Junho de 2024, evidenciando uma queda de 15,5% nos lucros, agora totalizando 54,7 milhões de dólares. Esta redução reflecte os desafios decorrentes do cenário económico global e as dificuldades operacionais que a empresa enfrentou ao longo do ano.

Fundada com o propósito de servir de veículo de participação de mocambicanos nos projectos de gas natural de Pande e Temana, a CMH tem como core business a produção e comercialização de gás natural. Os principais activos da empresa estão localizados nos campos de Pande e Temane, na província de Inhambane, onde opera em parceria com a sul-africana Sasol. Estes campos de gás natural são cruciais para as operações da CMH, sendo a maior parte da produção destinada à exportação, particularmente para a África do Sul, com uma parcela reservada ao mercado interno.

Durante o exercício de 2024, a empresa enfrentou uma série de desafios que impactaram os resultados financeiros. Um dos factores mais significativos foi a volatilidade dos preços globais das commodities energéticas, especialmente o gás natural, agravada pelas tensões geopolíticas e pela incerteza nos mercados internacionais, que resultaram da guerra na Ucrânia. Esta instabilidade influenciou negativamente a demanda e os preços, afectando a rentabilidade da CMH.

Adicionalmente, a CMH sofreu com a diminuição das reservas de gás nos seus principais campos, o que levou a uma queda considerável na produção. As operações da central de produção de Temane, responsável pela extracção de gás natural e condensado, foram particularmente afectadas, resultando em volumes de produção inferiores ao esperado. Para mitigar esses efeitos, a CMH investiu em várias iniciativas de longo prazo, entre as quais o Programa de Extensão do Plateau e Otimização da Produção (PEDOP). Este programa visa a perfuração de três novos poços e a instalação de cinco compressores adicionais, essenciais para manter a capacidade de extracção necessária. No entanto, a execução desses projetos implicou custos elevados, exercendo uma pressão adicional sobre os resultados financeiros.

Para garantir a viabilidade financeira e operacional dos seus projectos, a CMH assegurou uma linha de crédito de médio prazo no valor de 50 milhões de dólares. Este financiamento tem sido crucial para financiar os projectos de expansão e para sustentar as operações da empresa no curto prazo. Contudo, a administração da CMH alertou para os riscos associados ao aumento dos custos de investimento, nomeadamente, no que diz respeito ao projecto de compressão de baixa pressão em Pande, que ainda está pendente de aprovação governamental e da decisão final dos parceiros de investimento.

Apesar dos desafios, a CMH mantém o compromisso de assegurar a sustentabilidade das suas operações a longo prazo. A administração da empresa sublinhou a importância de garantir a continuidade da produção e fornecimento de gás natural, especialmente à medida que Moçambique avança em projetos estratégicos de gás natural liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma. Estes projectos têm o potencial de transformar Moçambique num dos maiores exportadores de gás natural do mundo, e a CMH está bem posicionada para se beneficiar desse crescimento.

Com investimentos contínuos e uma estratégia orientada para a expansão das suas operações, a CMH admite que continua a enfrentar desafios substanciais, mas a empresa afirma que permanece focada em maximizar as oportunidades que surgem no mercado global de energia.

Fonte: O Económico

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