No Dia Internacional para a Proteção da Educação contra Ataques, celebrado em 9 de setembro, a ONU destaca a urgência de defender o direito fundamental à educação de qualidade, especialmente em zonas de conflito.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura, Unesco, violência contra instituições de ensino, alunos e professores estão crescendo alarmantemente em todo o mundo. A situação prejudica o acesso seguro à educação e impede que educadores desempenhem seu papel com eficácia.
Zonas de conflito
A Assembleia Geral da ONU, por meio da Resolução 74/275 de 2020, estabeleceu essa data como um lembrete crucial da importância de proteger escolas e garantir esperança para o futuro de milhões de estudantes e educadores em situações de crise.
O representante interino do Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, na Ucrânia, John Marks, fez um apelo para que as escolas sejam protegidas enquanto a guerra continua no país do leste europeu.
Ele afirmou que durante a primeira semana do novo ano acadêmico, instalações educacionais em áreas como Dnipro, Kryvyi Rih, Kyiv, Lviv e Sumy foram supostamente danificadas em ataques.
De acordo com Unicef, evacuações em áreas mais próximas da linha de frente também estão em andamento, com a educação mais uma vez interrompida à medida que as crianças fogem de suas casas.
A agência da ONU afirmou estar trabalhando para consertar as escolas danificadas e equipar os professores com habilidades para fornecer apoio à saúde mental dos alunos.
Violência tira crianças das salas de aula
A chefe do Unicef, Catherine Russel, lembrou em suas redes sociais que crianças em idade escolar em Gaza, no Sudão, no Haiti e na República Democrática do Congo, entre outros lugares, estão fora das salas de aula por conta da violência.
Na Faixa de Gaza, a agência estima que 45 mil alunos da primeira série não conseguem iniciar o novo ano letivo. A falta de acesso à educação está afetando a saúde mental, a segurança e o desenvolvimento das crianças e arriscando suas perspectivas futuras.
Os alunos da primeira série se juntam a 625 mil crianças que já foram privadas de um ano letivo inteiro e, com o conflito ainda em andamento, enfrentam o alto risco de um segundo ano sem educação.
Segundo o Unicef, além de perderem suas casas, familiares, amigos, segurança e rotina, as crianças na Faixa de Gaza também perdem “o santuário e o estímulo proporcionados pela escola, colocando seus futuros brilhantes em risco de serem obscurecidos por esse terrível conflito”.
6 mil ataques em dois anos
Em 2024, cinco anos após a primeira comemoração do Dia Internacional para Proteger a Educação contra Ataques, os conflitos armados continuam a se intensificar globalmente e os ataques à educação permanecem generalizados.
Entre 2022 e 2023, a Coalizão Global para Proteger a Educação contra Ataques relatou aproximadamente 6 mil ataques a estudantes, educadores, escolas e instituições de ensino superior.
Esse período também registrou um aumento de 20% no uso de instalações educacionais para fins militares por partes em conflito. Mais de 10 mil estudantes foram mortos, sequestrados, presos ou prejudicados de outra forma durante esse período.
De acordo com o Relatório Anual do secretário-geral da ONU sobre Crianças e Conflitos Armados de 2024, houve um aumento de 21% nas graves violações contra crianças em 2023 em comparação com o ano anterior, o que inclui ataques a escolas e pessoas protegidas em relação às escolas.
Para marcar o Dia Internacional para Proteger a Educação contra Ataques em 2024, a Unesco participa de eventos comemorativos em Doha e Genebra.
Fonte: ONU