O Comandante-geral da PRM desafia a imprensa a provar que a Polícia usou de força para dispersar os antigos oficiais do Serviço Nacional de Segurança Popular, que estavam, há quase uma semana, acampados em frente aos escritórios das Nações Unidas. Bernardino Rafael diz que uma jornalista foi detida porque estava a criar agitação.Finalmente, quatro dias depois, a Polícia da República de Moçambique reagiu em torno da operação de retirada, à força, dos antigos oficiais do Serviço Nacional de Segurança Popular, SINASP, que estiveram dias acampados defronte aos escritórios das Nações Unidas, e que culminou com a rapto e/ou detenção de uma Jornalista e activista social e no roubo de uma câmara da STV.O Comandante-geral da PRM diz que as várias unidades da polícia fizeram-se ao terreno para convidar, pacificamente, os manifestantes a abandonarem o local, para o seu próprio bem.“Nós falámos com os ex-oficiais do SINASP, que deviam sair daquele recinto, falámos com eles e os protegemos. Aquilo transformou-se num banheiro e queríamos salvar a saúde deles, a saúde dos utentes da via. Foi o que se fez”, explicou Bernardino Rafael, referindo-se ao cenário criado pelos idosos grevistas, que ali durante cinco dias passaram frio, calor, refeições e outras necessidades naquele passeios.Sobre o suposto sequestro da jornalista e activista social, Sheila Wilson, Bernardino Rafael diz que a detenção ocorreu para garantir a ordem e tranquilidade pública.“Infelizmente, apareceu uma jornalista, não sei se registou aonde, que estava a criar agitação, aquilo que vocês viram na rede. Nós não batemos a ninguém, não agredimos ninguém, que procurem saber, não houve nenhuma agressão. Então, era para salvar aqueles nossos colegas. Falamos bem com eles e saíram dali, sem nenhum problema”.E mais, desafiou a imprensa a provar que a polícia usou a força para dispersar manifestantes.“Primeiro tem que provar. O que aconteceu? Como jornalistas, o que vocês viram de mal que a polícia fez? Primeiro tem que aparecer um órgão a trazer o mal que a polícia fez. Proteger alguém que sujou, que está dentro de sujidade, provavelmente pode apanhar doenças, é mau? Proteger perto do hospital, do Icor (Instituto do Coração), perto da diplomacia, é bom? Acho que há coisas que as pessoas provocam para ver a reação. Nós não reagimos contra aqueles, são nossos colegas. E eles próprios podem testemunhar que nós não fizemos mal a eles. Queremos proteger a saúde deles e das suas famílias. Nada mais”.O facto é que há várias entidades, entre nacionais e internacionais, que condenam os relatos de violência contra jornalistas e apelam às autoridades moçambicanas a investigar esses incidentes, com a garantia de que todos os autores sejam responsabilizados.
Fonte:O País