País é o único que apresentou uma proposta para organizar o evento em 2034, mas é acusado de diversas violações dos direitos humanos, e das próprias regras do organismo regente do futebol mundial
Uma equipa de advogados endereçou um documento à FIFA onde explica que deve estar preparada para cancelar o Mundial de 2034, na Arábia Saudita, se o país não apresentar várias reformas nas suas políticas.
A mensagem foi escrita por vários especialistas em assuntos legais, entre eles Rodney Dixon, advogado que representa a mulher de Jamal Khashoggi, jornalista saudita exilado do seu país e que foi assassinado num consulado do mesmo na Turquia.
«A FIFA não deve permitir que a Arábia Saudita organize o Mundial se o país continuar a desrespeitar de forma flagrante os direitos humanos em várias áreas, violando as próprias políticas da FIFA», disseram os advogados em comunicado, citados pelo The Guardian.
Apesar de ainda não ser oficial, a FIFA afirmou que a Arábia Saudita fez, até agora, a única candidatura ao Mundial de 2034. Nos seus regulamentos, estabelece que o país organizador do evento deve «respeitar os direitos humanos respeitados internacionalmente».
No entanto, esta equipa de advogados afirma que tal não acontece, e que a Arábia deve promover quatro mudanças essenciais para terminar com a violação destas normas.
Por isso, é pedido que o país «liberte os presos políticos, incluindo todos os detidos arbitrariamente» e que «o poder judicial seja nomeado de forma independente por um organismo não ligado ao poder executivo».
Depois, defende-se que as leis laborais não devem permitir que os trabalhadores imigrantes só possam deixar o país, ou o respetivo trabalho, com a autorização do governo. A última alteração concerne os direitos das mulheres: «Deve haver a criminalização da violação conjugal, garantir proteção adequada contra a violência doméstica e permitir que as mulheres possam ser as guardiãs legais dos seus filhos.»
Espera-se que a decisão final sobre o organizador do Mundial de 2034 seja conhecida no final deste ano. Até lá, Rodney Dixon, citado pelo The Guardian, espera que «a FIFA se envolva de forma construtiva com as propostas apresentadas e que esteja pronta para ajudar todas as partes interessadas a implementar efetivamente as suas políticas de direitos humanos».
Fonte: A Bola