Pelo menos 40 mil mortes foram registradas em Gaza desde o início do conflito entre Israel e o Hamas há 10 meses, segundo o Ministério da Saúde do território.
Em sua reação, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou que o povo de Gaza lamenta a perda de vidas desse número de palestinos, sendo a maioria mulheres e crianças.
Regras da guerra
Volker Turk retrata uma “situação inimaginável que se deve de forma indiscutível às falhas recorrentes das Forças de Defesa de Israel em cumprir as regras da guerra”.
A nota emitida em Genebra cita uma média aproximada de 130 pessoas mortas todos os dias em Gaza. Turk considera “profundamente chocante” a escala da destruição de casas, hospitais, escolas e locais de culto pelo Exército israelense.
O chefe de direitos humanos da ONU diz haver muita clareza no direito internacional humanitário sobre a importância primordial da proteção de civis, suas propriedades e infraestruturas.
O escritório confirma ter documentado violações graves desse conjunto de normas tanto pelo Exército israelense quanto por grupos armados palestinos, incluindo o braço armado do Hamas.
Cessar-fogo imediato
O pedido de Turk é que “à medida que o mundo reflete e considera sua incapacidade de impedir esta matança todas as partes concordem com um cessar-fogo imediato, deponham suas armas e parem com este tipo de atos”.
O alto comissário quer que os reféns e os palestinos detidos de forma arbitrária sejam libertados e “acabe a ocupação ilegal por parte de Israel”. Outro pedido é a implementação da solução de dois Estados acordada internacionalmente.
Por outro lado, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, apresentou uma fonte de água recuperada em Khan Younis, vários meses após ter sido completamente destruída pelas operações militares em Gaza. Agora, o local serve como a maior fonte do recurso para deslocados na área.
Restaurar a dignidade
Em declaração separada feita em rede social, o comissário-geral da Unrwa disse que um cessar-fogo poderá restaurar um pouco da dignidade para cada menina e mulher de Gaza.
Philippe Lazzarini enfatiza que após o início da guerra “elas frequentemente passam meses sem tomar banho e por vários ciclos menstruais sem se lavar”.
Como efeito do conflito, as habitantes de Gaza devem diminuir o cabelo e deixá-lo bem curto devido a piolhos ou à falta de xampu, água ou pentes.
Lazzarini destaca relatos das vítimas que “não se sentem seguras, não têm privacidade ou dignidade em abrigos superlotados e locais de deslocamento e deixam de ir ao banheiro e, portanto, evitam comer ou beber água.”
O chefe da Unrwa enfatiza que algumas mulheres usam o mesmo lenço na cabeça há 10 meses.
Fonte: ONU