Há um novo campeão na Itália. Depois do ano espetacular do Napoli na temporada 2022-23, a Inter de Milão reconquistou o seu trono e conquistou a Serie A de forma dominante. Ninguém foi capaz de se aproximar dos registros de Simone Inzaghi, que levantou o título no jogo mais especial e ainda com 5 rodadas de antecedência.
Poucas coisas são melhores para o torcedor ‘nerazzurro’ do que ser campeão italiano no mesmo dia em que joga contra o seu maior rival na sua casa, um Milan que está exatamente na segunda posição da tabela, mas a uma distância sideral dos seus vizinhos. A vitória no ‘Derby della Madonnina’ deu à Inter a vantagem suficiente para celebrar, mesmo em abril, um novo título da Serie A.
Foram 2 anos de seca, muito menos que da última vez. A Inter, em 2021, quebrou a hegemonia de uma Juventus que continua naufragando no campeonato italiano e deixou de ser aquele grande time que conquistava o ‘Scudetto’ a cada ano. Começou forte nesta temporada, mas se desfez como açúcar na água.
Não houve rival para uma equipe superlativa, que apenas o Atlético de Madrid, na Champions, e o surpreendente Bologna, na Coppa Italia, foram capazes de ameaçar. A Inter se tornou o verdadeiro dominador do ‘Calcio’, extraindo o melhor do ‘Catenaccio’ na defesa e da escola goleadora no ataque.
Até o jogo contra o Milan, a Inter de Milão manteve a sua baliza inviolável em 19 ocasiões. Em 19 vezes, além disso, conquistou a vitória na Serie A para não dar a menor chance a qualquer equipe que ousasse desafiá-la.
O arquiteto
Esta Inter de Milão não pode ser entendida sem a figura de Simone Inzaghi. Ele chegou da Lazio logo após Conte conquistar o último título da Serie A pela Inter. Seu grande papel na Lazio o ajudou a dar um passo adiante na sua carreira, e em três anos ele completou uma obra-prima.
Esteve muito perto de conquistar o título na última temporada com a dupla formada por Lautaro Martínez e Romelu Lukaku, mas os erros do belga impediram a Inter de ser a rainha da Europa. Agora, com este último na Roma, o time italiano finalmente conquistou uma coroa, a do seu país, com um domínio avassalador. Desde 2007, não vencia um ‘Scudetto’ com 5 rodadas restantes.
Com 3 zagueiros, mas com 2 alas muito ofensivos, esta Inter aposta no ataque, em um meio-campo com muita posse de bola – formado por Barella, Çalhanoglu e Mkhytarian – e uma das duplas mais goleadoras de todo o continente europeu.
A bússola
O metrônomo, o jogador que dita o jogo desta Inter de Milão, é Nicolò Barella. O meio-campista italiano se firmou nas fileiras ‘nerazzurras’ e comanda toda a ofensiva italiana. Não se pode entender esta Inter sem ele.
Ele forma, junto com Mkhytarian e Çalhanoglu, um meio-campo com muito toque, que aposta no ataque sem um ‘5’ de contenção e deixa todo o trabalho defensivo para os zagueiros. Um meio-campo dominador com a bola que não dá espaço para os rivais.
Capaz de dar o último passe para os atacantes, o jogo da Inter passa pelas transições de Barella, que, apesar de não ter números brilhantes, é a peça mais importante desse entrosamento no meio.
A isso se soma a pontaria de um Çalhanoglu que não perdoa uma cobrança de pênalti. Ele, ao lado de Marcus Thuram, é o segundo maior artilheiro da Inter na competição com onze gols, quase todos da marca da cal. Porque marcar importa, não importa de onde.
Lautaro… e um novo parceiro
Lautaro Martínez é a peça constante no passado recente e presente desta Inter de Milão. Ele nunca teve o papel de estrela, sempre foi subestimado, mas nesta temporada explodiu. Campeão do mundo com a Argentina, ele conquistou a confiança e o respeito suficientes para ser considerado um dos melhores das cinco grandes ligas.
Na sua sexta temporada na Inter de Milão, Lautaro já superou o seu recorde de gols na Serie A. Ele deixou para trás os 21 da temporada passada para se tornar o ‘Capocannoniere’ do campeonato italiano.
Seu grande parceiro, Lukaku, se foi, mas a Inter trouxe outro que deu um desempenho semelhante. Marcus Thuram se encaixou perfeitamente no Giuseppe Meazza e foi o jogador que Lautaro tanto ansiava para desempenhar todo o seu jogo.
Seus números, 34 gols entre os dois apenas na Serie A, os colocam como a terceira dupla mais artilheira das cinco grandes ligas. Apenas as formações de Kane e Musiala (43), Guirassy e Undav (41) acumulam mais gols do que o argentino e o francês.
Fonte: Besoccer