País perdeu cerca de 180 milhões de Meticais em fraudes electrónicas

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O país registou uma perda de cerca de 180 milhões de Meticais, resultante de 39 mil fraudes electrónicas, só em 2023. A informação foi avançada, hoje, pelo Banco de Moçambique, durante o primeiro seminário sobre fraudes com recurso a redes de telecomunicações ou meios de pagamentos electrónicos.Nos primeiros cinco meses deste ano, foram registadas oito mil fraudes electrónicas, que causaram perdas financeiras que atingiram cerca de 112 milhões de Meticais.Esta tendência crescente constitui uma preocupação permanente para o Banco de Moçambique, na qualidade de regulador do sistema financeiro e fiscalizador do Sistema Nacional de Pagamentos.Jamal Omar, administrador do pelouro de estabilidade monetária, explicou que o maior volume de fraudes com recurso a meios de pagamento electrónico ocorre em transacções com moeda electrónica, seguida de transacções com cartões bancários e, depois, via internet banking.Por isso, a entidade reguladora reiterou o seu comprometimento na busca de soluções para minimizar as fraudes electrónicas. “Como banco central, renovamos o nosso compromisso de assegurar a colecta e centralização de informação sobre as fraudes com recurso a meios de pagamento electrónico, de forma tempestiva, em sede da plataforma de denúncias, salvaguardando, sempre, o sigilo bancário que se impõe às instituições de crédito e sociedades financeiras.”A Procuradoria-Geral da República revelou, também, que, nos primeiros cinco meses, tramitou 286 processos-crime relacionados com burlas informáticas e nas comunicações, que, segundo a procuradora Amabela Chuquela, os casos ainda estão sob investigação.O Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique, que também esteve presente no seminário, garantiu que está a trabalhar para a protecção e segurança dos consumidores. “Reiteramos que continuaremos engajados em monitorar, fiscalizar e fazer cumprir este compromisso de garantir segurança e resiliência através da nossa actuação firme, sempre num espírito de colaboração e cooperação”, disse Helena Fernandes, Presidente do Conselho de Administração do INCM.O Governo compromete-se a fortalecer as capacidades técnicas para garantir mais protecção ao consumidor, mas o vice-ministro dos Transportes e Comunicações, Amilton Alissone, alerta que toda a sociedade se deve envolver no combate a estas burlas.“As tendências actuais das fraudes mostram que os criminosos estão cada vez mais sofisticados, exigindo de nós uma resposta coordenada e inovadora. A nossa capacidade de investigar e combater essas fraudes é vital para a manutenção da confiança dos utilizadores das redes e sistemas de pagamento.”Outrossim, Alissone reforçou uma estratégia para evitar ineficácias no combate a fraudes electrónicas. “Neste sentido, o papel das autoridades reguladoras, de fiscalização e actuação com vista a investigar e criminalizar os prevaricadores, reveste-se de capital importância, acções que devem ocorrer isoladamente, sob o risco de se mostrarem ineficazes”.O seminário que visa a reflectir sobre as burlas electrónicas no sistema financeiro termina esta sexta-feira.

Fonte:O País

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